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Netuno sofre mudanças de temperatura inesperadas e misteriosas

A chegada do verão no planeta, ainda em 2005, foi acompanhada por uma queda nos termômetros. Mas, desde 2020, há uma alta repentina - o que está intrigando os astrônomos

Netuno

Imagem: ESO/M. Roman, NAOJ/Subaru/COMICS/Reprodução

Netuno é nosso vizinho que está mais distante do Sol. Sua temperatura média é de aproximadamente 220°C negativos e seu ano corresponde a 165 anos terrestres.

Consequentemente, suas estações também são consideravelmente longas. Em Netuno, é verão desde 2005, com a chegada de uma nova temporada prevista só para 2045. 

Mas o planeta tem chamado a atenção de pesquisadores devido a suas mudanças climáticas dramáticas e misteriosas. Entre 2003 e 2018, durante a chegada de sua estação mais quente, Netuno apresentou um resfriamento de 8ºC. 

Então, em 2020, o polo sul do planeta esquentou demais – mais especificamente, subiu 11 ºC quando comparado a 2018. Esse sobe e desce repentino e intenso dos termômetros nunca havia sido observado em Netuno.

Imagens térmicas indicam mudanças de temperatura em Netuno. Imagem: ESO/M. Roman, NAOJ/Subaru/COMICS/Reprodução

Quem chegou a estes dados foram pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido. Eles analisaram quase 100 imagens térmicas do planeta conseguidas a partir de telescópios do mundo todo, como o Very Large Telescope e telescópio Gemini Sul, ambos no Chile, o Observatório W. M. Keck, telescópio Subaru e telescópio Gemini Norte, todos no Havaí e o telescópio espacial Spitzer da NASA. O estudo completo foi publicado no Planetary Science Journal.

Ainda não há explicações para o ocorrido. Diferente da Terra – e por razões óbvias –, não é possível justificar as mudanças climáticas pela interferência humana. Por enquanto, os pesquisadores falam sobre variações na química estratosférica de Netuno, padrões climáticos aleatórios e até mesmo alterações no ciclo solar.

Os cientistas esperam conseguir respostas com o Telescópio Espacial James Webb, que observará Urano e Netuno ainda este ano. O Extremely Large Telescope, planejado para 2027, também deve ajudar nessa empreitada.

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