Ciência

Nº de ratos aumenta em 11 cidades do mundo por causa do aquecimento global

Das 11 cidades avaliadas, apenas Amsterdã (Holanda) e Toronto (Canadá) não ficam nos EUA, que também conta com a líder do ranking
Imagem: Mert Guller/Unsplash/Reprodução

O aquecimento global está fazendo o número de ratos crescer em grandes cidades ao redor do mundo, aumentando o risco de doenças.

Um estudo publicado na última sexta-feira na revista “Science Advances” (31/1) foi o primeiro a observar a correlação entre o aquecimento global e o crescimento da população de ratos em centros urbanos.

O estudo analisou dados de avistamento de ratos em 16 cidades, identificando um aumento considerável em 11 centros urbanos devido a fatores como o aquecimento global, a densidade populacional e a urbanização.

A líder do ranking, de acordo com o estudo, é Washington, capital dos EUA, seguida por San Francisco, Toronto, Nova York e Amsterdã. Esse aumento destaca um problema para áreas urbanas.

Os pesquisadores da Universidade de Richmond, nos EUA, afirmam que mais de 40% do aumento do número de ratos nas 11 cidades se dá pelo aquecimento global. Isso porque, segundo o estudo, temperaturas mais quentes possibilitam períodos mais longos de reprodução de ratos.

Além disso, a caça fica mais ativa, resultando em populações maiores porque as estações mais quentes duram mais tempo.

A urbanização e a densidade demográfica contribuem para o problema porque ratos se atraem pelo lixo, cuja quantidade aumenta com a urbanização.

Cidades mais afetadas pelo aquecimento global têm mais ratos

O estudo revela que as cidades que apresentaram as maiores tendências de aquecimento, como Toronto (Canadá) e Washington, exibem o maior índice de aumento no número de ratos.

Cidades que apresentaram crescimento de populações de ratos em decorrência do aquecimento global. Imagem: Jonathan Richardson/Divulgação

A prefeitura de Toronto, por exemplo, reportou 1.600 avistamentos de ratos em 2023 devido a projetos de construção e enchentes que expulsaram os ratos de esgotos.

Na metrópole canadense, o inverno não consegue mais agir como um controle de população de ratos.

O estudo enfatiza que o aumento do número de ratos devido ao aquecimento global representa problemas enormes para as cidades, causando prejuízos bilionários, transmitindo doenças e impactando a ecologia de outras espécies.

Globalmente, o gasto para controlar populações de ratos em centros urbanos chega a US$ 500 milhões por ano.

Em cidades como Tóquio, Louisville e Nova Orleans, o estudo identifica uma queda no número de ratos mesmo com o aquecimento global. O crédito para esse declínio são medidas como educação pública e melhorias na coleta seletiva de lixo.

Por outro lado, ações de controle populacional de ratos em cidades como Nova York foram menos eficazes. O estudo ressalta que aplicações de raticidas entre 2014 e 2019 não evitaram o crescimento populacional.

Similarmente, o estudo cita o caso de Salvador, quando “uma aplicação intensa de raticida apresentou reduções mínimas no número de ratos” na capital da Bahia.

Portanto, os cientistas destacam que tornar o ambiente urbano “menos amistoso” para o aumento do número de ratos em cidades é mais eficiente do que pesticidas, sobretudo no contexto de correlação com o aquecimento global.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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