O que você ganha quando mistura um pouco de xénon, um pouco de flúor, e uma pressão similar ao que você encontraria no centro da Terra? Você ganha uma ultra-bateria, capaz de armazenar mais energia condensada do que qualquer outra bateria já criada.
O material usado para criar a “bateria” chama-se xénon difluoreto (XeF2), um cristal branco usado basicamente para juntar condutores de silício. O cristal foi colocado em uma unidade de bigorna de diamante, um pequeno dispositivo de 5 x 7,5 centímetros de diâmetro. A unidade usa duas pequenas bigornas de diamante (o nome já diz tudo) para produzir um nível de pressão incrivelmente alto em pequenos espaços.
Normalmente, as moléculas presente no xénon difluoreto permanecem relativamente distantes umas das outras. O processo de apertar os cristais juntos à bigorna de diamante força as moléculas a ficarem mais próximas. Inicialmente, o processo de apertar fez o cristal tornar-se um semicondutor bidimensional, mas então algo mais impressionante aconteceu. Quando a pressão atingiu 1 milhão de atmosferas, similar a pressão encontrada a meio caminho do centro da Terra, as moléculas formaram redes metálicas tridimensionais, que obrigou toda a energia mecânica do processo de compressão a ficar armazenada como energia química nas moléculas. Em 1 milhão de atmosferas, isso é muita energia armazenada.
O professor Choong-Shik Yoo, professor de químida de Washington, que lidera o projeto, disse que “é a forma mais condensada de armazenamento de energia, sem contar a energia nuclear”. As possíveis aplicações do material estão bem ligadas ao termo “super”: supercondutores, super-materiais oxidantes que podem destruir agentes químicos e biológicos, sem mencionar novos combustíveis e, obviamente, novos aparelhos de armazenamento de energia.
Republicado do site http://io9.com