Novo dispositivo no Brasil flagra quem freia antes do radar; como funciona

Novos dispositivos em testes no Brasil utilizam o efeito Doppler para determinar com precisão a velocidade dos veículos
Novo dispositivo no Brasil flagra quem freia antes do radar; como funciona
Imagem: Freepik/vecstock

Motoristas apressados do Brasil devem ganhar um novo vilão em breve: é o radar Doppler, equipamento capaz de detectar mudanças bruscas de velocidade. Isso significa que, sim, aquela clássica “freada” pode entrar para a fiscalização eletrônica.

O sistema já está em fase de testes em algumas cidades do interior de São Paulo e em Curitiba (PR). Como ainda não foi regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os novos radares não estão aplicando multas.

Um levantamento do site UOL mostrou que, até agora, pelo menos seis rodovias paulistas estão monitorando o tráfego com o radar Doppler. São elas:

  • Washington Luís (SP-310)
  • Luiz de Queiroz (SP-304)
  • Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225)
  • César Augusto Sgavioli (SP-261)
  • Irineu Penteado (SP-191)
  • Assis Chateaubriand (SP-425)

A expectativa é que a tecnologia chegue a mais cidades em breve. Segundo Herick Dal Gobbo, coordenador da Unidade de Monitoramento por Dispositivos Eletrônicos da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba, a experiência já trouxe bons resultados.

“Temos verificado nos editais por todo Brasil que o radar Doppler é uma tendência pelos municípios. Além disso, esse tipo de equipamento requer menos manutenções corretivas, tornando a fiscalização mais eficaz”, disse Gobbo ao UOL.

Como funciona

Como o nome indica, o radar Doppler utiliza os conceitos do chamado Efeito Doppler. O fenômeno prevê que as ondas eletromagnéticas emitidas por um objeto em movimento variam conforme a distância em relação ao observador. Um exemplo é a sirene de ambulância, cujo som se torna mais agudo à medida que se aproxima.

Dessa forma, o radar Doppler emite ondas eletromagnéticas para medir a velocidade relativa de um veículo, cobrindo uma distância de 50 metros antes e 50 metros depois do aparelho.

Assim, quanto mais rápido for o deslocamento, maior será a frequência emitida em relação ao radar, e vice-versa. Essa tecnologia é diferente dos radares tradicionais, que medem a velocidade por meio de sensores instalados no asfalto.

Por isso não adianta mais um carro passar devagar por um radar Doppler e acelerar logo em seguida, visto que o sistema vai “captar” essa variação. Se a mudança for maior que a velocidade máxima da via, então o motorista leva multa.

Além disso, os novos radares também podem detectar outras infrações, como mudanças de faixa proibidas e veículos parados na faixa de pedestre.

Embora a aplicação no trânsito seja recente, radares Doppler são usados há décadas na aviação, meteorologia e em equipamentos de saúde.

Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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