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Novo estudo sugere que Alzheimer está associado a micose no cérebro

Cientistas encontraram micose em cérebros de pessoas com Alzheimer e acham que isso pode ter relação com os sintomas da doença.

A cada ano que passa, mais e mais idosos sofrem de Alzheimer. Pesquisadores ainda estão procurando por uma causa, mas um novo estudo oferece uma possibilidade fascinante: uma das causas de doenças como Alzheimer pode estar vinculada a um fungo cerebral simples.

O estudo foi publicado na Nature Scientific Reports, e já está provocando controvérsias no meio acadêmico. Os biólogos moleculares Diana Pisa, Luis Carrasco e sua equipe com mais 25 pesquisadores estudou 25 cadáveres, 14 dos quais eram de pessoas com Alzheimer. O que eles descobriram parecia impossível. Todos os 14 cérebros com Alzheimer sofriam de uma micose.

É possível que essa micose seja a causa dos sintomas de demência? Pisa e seus colegas não descartaram isso. Existem muitos tratamentos disponíveis para micoses por aí, e os pesquisadores dizem que o próximo passo é testar a eficácia deles contra Alzheimer em organismos vivos.

O problema é que essa micose não explica todos os casos de demência, como destaca a The Economist:

John Hardy, um neurocientista na University College London, no Reino Unido, destaca que um (raro) caso de Alzheimer é bastante conhecido. Em algumas poucas famílias a doença parece ser hereditária, causada pela mutação de um de três genes. Se a micose fosse a principal causa, então essas mutações fariam essas pessoas tão suscetíveis à doença que 100% delas acabariam infectadas, algo que ele acredita ser improvável. E a clareza do resultado do Dr. Carrasco deixa o Dr. Hardy com suspeitas.

Se o resultado estiver certo, no entanto, ainda é possível que a correlação ocorra de outra forma, com Alzheimer sendo a porta de entrada do cérebro para a micose.

Também é bem provável que o Alzheimer, assim como câncer, não seja uma doença com uma única causa. Podem ter dezenas de formas de uma pessoa desenvolver Alzheimer – e cada uma delas precisa de um tipo diferente de terapia. Ainda assim, se o estudo nos levar a uma terapia para um tipo específico de demência, já será uma vitória. [Nature]

Imagem via Neurology.

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