Pesquisadores do Instituto Karolinska, da Suécia, desenvolveram um novo exame capaz de fazer o diagnóstico de Alzheimer até 10 anos antes do início dos sintomas.
O método, publicado na revista científica Brain na quarta-feira (11), usa biomarcadores sanguíneos para a identificação da doença. As causas do Alzheimer não são claras, mas há consenso de que pode se tratar de uma doença hereditária, que passa de pai para filho.
No estudo, especialistas avaliaram o tempo e desempenho de biomarcadores no sangue de 164 pessoas, sendo 33 com alguma mutação que aumentava a predisposição ao Alzheimer e 42 sem histórico familiar da doença. A coleta de amostras foi de 1994 até 2018.
Nos resultados do exame, os biomarcadores indicaram a presença de alterações patológicas de maneira precoce nos pacientes com Alzheimer. Havia concentrações maiores das proteínas tau (P-tau181) e neurofilamento (NfL), relacionadas ao dano neuronal.
Os cientistas também identificaram a proteína GFAP (glial fibrilar ácida) até 10 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, que incluem esquecimentos simples, troca de nomes, repetição constante e mudanças no comportamento.
“Juntas, P-tau181, GFAP e NfL parecem ser biomarcadores viáveis para detectar diferentes patologias relacionadas ao Alzheimer já em indivíduos pré-sintomáticos”, diz o artigo.
Agora, os pesquisadores querem descobrir como detectar possíveis sintomas prévios no sistema nervoso central e se os biomarcadores sanguíneos continuam os mesmos antes e durante o agravo da doença.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que quase 1,2 milhão de pessoas vivem com algum tipo de demência, o que inclui o Alzheimer. Quanto antes a detecção, mais fácil contornar e tratar a perda de memória progressiva.