Novo filme do diretor de “Boyhood” vai levar 20 anos para ficar pronto

O diretor Richard Linklater confirmou que a produção de “Merrily We Roll Along” está mantendo o cronograma inicial, com filmagens de dois em dois anos
Richard Linklater
Imagem: Reprodução/Divulgação Annapurna Pictures

O diretor Richard Linklater ganhou fama mundial com “Boyhood” que levou 12 anos para ser filmado. E parece ter curtido essas experiências longas. Nesta semana, ele confirmou que a produção do filme “Merrily We Roll Along” está mantendo o cronograma inicial de 20 anos para ficar pronto!

Apoiado pela Blumhouse Productions, o filme é uma adaptação do musical de 1981 de Stephen Sondheim e George Furth. 

É baseado em uma peça de mesmo nome, criada por George S Kaufman e Moss Hart em 1934, retratando a vida de um dramaturgo de sucesso em ordem inversa de 1934 a 1916. Estrelado Beanie Feldstein como Mary Flynn; Ben Platt como Charley Kringas; e Blake Jenner como Franklin Shepard, o filme (assim como o musical de Sondheim) se concentrará na vida de três amigos em ordem inversa, mostrando como a idade e a ambição afetaram suas personalidades e relacionamentos.

A premiada trama gira ao redor de Franklin Shepard, um talentoso compositor da Broadway que abandonou sua carreira teatral (e os amigos, consequentemente) para abraçar uma vida de glamour, como produtor de filmes comerciais. A narrativa começa com o protagonista já bem sucedido em Hollywood. A partir daí, vai voltando no tempo para ver como suas decisões o transformaram em alguém irreconhecível.

Em entrevista ao The Daily Beast, Linklater confirmou que o trabalho em “Merrily We Roll Along”  continua conforme planejado: “está indo muito bem”, assegurou ele, reiterando sua intenção de filmar em um período de 20 anos. Embora tenha admitido que o “ futuro é incerto”, Richard acrescentou que o projeto era um “desafio divertido ” e um “experimento maravilhoso” que já estava em andamento.

Richard Linklater desenvolveu “Boyhood – Da Infância à Juventude” ao longo de 12 anos, a fim de acompanhar o crescimento dos personagens junto com as vidas reais de seus intérpretes. Além de conseguir um trabalho realista, o resultado foi um sucesso de crítica e um Oscar para Patricia Arquette. A ideia é repetir novamente o sucesso, só que, dessa vez, por 20 anos.

Tal como “Boyhood” este novo projeto também terá os mesmos atores a protagonizarem os seus papéis ao longo de duas décadas.

Ben Platt, o ator principal do filme, já se manifestou sobre o projeto: “fizemos a primeira sequência este verão, e a ideia é seguir o esquema do programa literalmente, no sentido de que, se houver uma cena que se passa em 1957 e uma em 1961, esperaremos quatro anos para filmar a próxima.”

“Eu assisti pela primeira vez e me apaixonei por Merrily nos anos 80, e eu não consigo pensar em um lugar melhor para passar meus próximos 20 anos do que no mundo de um musical do Sondheim”, disse Linklater à revista Variety.

“Eu não entro nessa experiência de [gravar em] múltiplos anos sem pensar muito no assunto, mas essa parece ser a melhor (e talvez a única) forma de fazer justiça a essa história através de um filme”.

Com isso, espera-se que as filmagens de “Merrily We Roll Along” comecem a cada dois anos para refletir a idade dos personagens de forma autêntica, abordando assim um problema prático comum enfrentado pelo musical. Cada segmento do filme é supostamente estruturado em um curta-metragem, com a produção do primeiro ato já concluída. Também ligados ao projeto de longo prazo estão Jason Blum, Ginger Sledge e Jonathan Marc, que se juntam ao Linklater como produtores.

Além de “Boyhood” e da trilogia “Before”, Linklater também é responsável por filmes como “Everybody Wants Some!!”, “Dazed and Confused” e também do excelente “Escola de Rock”. O mais recente longa do diretor, “Apollo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial”, foi lançado na Netflix em março

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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