Tecnologia

Nvidia é processada por usar livros sem autorização para treinar IA

Acusação ainda pede indenização para todos os autores lesados pela ação da gigante da tecnologia

A Nvidia está no centro de uma acusação de violação de direitos autorais durante o treinamento do NeMo, sua plataforma de inteligência artificial generativa. A empresa está sendo processada por Brian Keene, Abdi Nazemian e Stewart O’Nan, três escritores que alegam que suas obras foram usadas sem consentimento na criação do sistema de IA. 

O trabalho dos autores foi incluído em um banco de dados com quase 200 mil livros. A empresa retirou os materiais do conjunto de informações para treinamento em outubro do ano passado, mas para a acusação esta é uma das evidências que mostram que os conteúdos foram usados mesmo sem nenhuma autorização.

Os autores da ação coletiva, protocolada no Tribunal Federal de São Francisco (EUA), ainda solicitam indenizações para todos os criadores que tiveram suas obras utilizadas sem autorização. Os valores não foram especificados, mas, caso a justiça aceite os argumentos e provas da acusação, todos os escritores que tiveram suas obras usadas para treinamento nos últimos três anos serão beneficiados.

Este não é o primeiro caso de processo por direitos autorais. Recentemente, a Microsoft e OpenAI foram processadas pelo jornal americano The New York Times por violação de direitos autorais por usar “milhões” de textos do jornal para treinamento do ChatGPT sem solicitar autorização.

Nvidia está perto de passar Apple em valor de mercado

A ação vem em um momento em que a Nvidia está próximo de ultrapassar a Apple em valor de mercado, algo inimaginável há um ano atrás. Caso isso se concretize, especialistas creem que há possibilidades reais de a empresa passar também a Microsoft, que lidera este ranking há alguns meses.

O crescimento acelerado da empresa se dá em razão de ela fornecer os componentes essenciais para as grandes empresas de tecnologia executarem seus grandes modelos de inteligência artificial. Basicamente todos os datacenters de companhias como Meta, Google, Microsoft e Apple, contam com chips fabricados pela Nvidia.

Como domina este mercado, é ela quem dita os preços, que são considerados altos pelos compradores — entre US$ 30 e 40 mil por unidade. Mesmo assim, a comercialização continua normalmente porque a demanda por estes componentes nunca foi tão alta e a tendência é de que siga aumentando no futuro. No entanto, Microsoft e Meta estão se trabalhando em seus próprios chips para diminuir a dependência de terceiras.

 

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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