O que acontece quando um Boeing 777 tenta pousar no meio de um gigantesco vento cruzado

Circula pelos tubos da rede mundial de computadores um vídeo mostrando a tentativa (e insucesso) de pouso de um Boeing 777. Mas não vemos um acidente – graças a um gigantesco vento cruzado, ele não consegue pousar. Mas o que aconteceu aqui? Perguntamos para Joe Hanson, a mente brilhante por trás do “It’s Okay to […]

Circula pelos tubos da rede mundial de computadores um vídeo mostrando a tentativa (e insucesso) de pouso de um Boeing 777. Mas não vemos um acidente – graças a um gigantesco vento cruzado, ele não consegue pousar.

Mas o que aconteceu aqui? Perguntamos para Joe Hanson, a mente brilhante por trás do “It’s Okay to Be Smart“, e a resposta é bem boa:

Os pilotos lidam com isso o tempo todo, e dizem que isso é bem rotineiro. Eu discordo. É bem assustador, isso sim.

“Um 777 chega ao aeroporto de Birmingham em um vento cruzado…” parece o início de uma questão de matemática da época do colégio. O motivo é simples: claramente é um problema matemático de colégio! Isso é um exemplo de “adição de vetor”. O componente vento cruzado normalmente forcaria o avião a mudar de rota se a descrição for feita por algum observador no solo. Para reagir ao vetor do vento cruzado, o piloto guia o avião para fora da reta (um movimento chamado “caranguejo”) e, dependendo do ângulo do vento, ajusta a velocidade para que o vetor “velocidade de solo” se alinhe com a pista (pelo menos é o que se espera que aconteça).

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Isso é difícil por dois motivos. Em primeiro lugar, mover a rota de um avião enorme de última hora, sem tempo de correção, enquanto segura os nervos de centenas de pessoas em pânico que estão loucas para ir ao banheiro, não é nada fácil. Mas há muita física rolando também. Se há vento cruzado suficiente, o movimento de leme pode não ser forte o suficiente para o avião fazer o movimento de caranguejo. Durante os testes de segurança, os fabricantes também testam o máximo possível de vento cruzado para um pouco seguro por causa da estranha torção que acontece de última hora. Por fim, os pilotos não são máquinas sem medo, e se eles não se sentirem confortáveis eles não irão pousar a aeronave (lembremos de novo das centenas de pessoas desesperadas no avião.)

Claro que eu tive que fazer as contas: o avião provavelmente estava em alta velocidade – caso contrário eles sequer tentariam pousar. De acordo com a internet, um lugar em que eu posso confiar (certo?), o 777 normalmente pousa entre 250 e 260 km/h. O avião parece estar pelo menos 20 graus fora do alinhamento central. Eu calculei os vetores e podemos dizer que o vento cruzado provavelmente ultrapassava 80km/h. O 777 consegue lidar com um vento cruzado de no máximo 70km/h. Ou seja, o piloto fez uma boa escolha ao não pousar.

No fim das contas, os pilotos devem ter se sentido bem ousados ao tentar, de início, fazer esse pouso. Mas o vento cruzado é mais assustador. [Obrigado, Joe!]

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