Como a natureza inspira uma nova geração de robôs
Alguns dos melhores inventores da história olharam para a natureza em busca de inspiração. Então não é coincidência que o design inicial do que acabou se tornando a aeronave moderna lembrava bastante uma ave. Nem que um dia poderemos ter armaduras quase-indestrutíveis inspiradas por cavalos marinhos. Este tipo de design, chamado de biomimética, é o que nos guia a rápidos avanços no campo da robótica, e em várias outras disciplinas. Eis alguns exemplos de biomimética.
O que exatamente é biomimética?
Janine Benyus, autora de seis livros sobre biomimética e co-fundadora do Instituto de Biomimética, descreve assim:
Biomimética é a emulação consciente do gênio da vida. A palavra “consciente” se refere à intenção – não é o suficiente projetar algo sem ajuda da natureza e depois pensar, ‘ei, isso me lembra algo do mundo natural.” Isso é chamado de evolução convergente, não biomimética. Biomimética implica em premeditação consciente, uma busca ativa de conselhos da natureza para algo que está sendo feito.
A palavra “emulação” também foi cuidadosamente escolhida, porque é mais sutil do que uma mera cópia um imitação. A biomimética estuda como uma aranha estuda como uma aranha faz para aprender detecção, fabricação de fibras, adesão e tensegridade, mas não tenta recriar a aranha.
Benyus vai além e diz que a biomimética é baseada em três princípios básicos de imitar, processar e sistematicamente replicar a natureza com fins de ajudar no processo de design. Um exemplo do primeiro princípio, chamado Forma Natural, são as plantas que inspiraram o velcro. O segundo, Processo Natural, examina como as coisas realmente são feitas. E o terceiro, Ecossistema Natural, observa as implicações no ambiente.
Entendeu? Ótimo. Está na hora de conhecer as coisas legais.
Mar
A Salamandra Robotica II é um robô anfíbio parecido com uma salamandra com membros retráteis que permitem andar, nadar e rastejar. Ainda mais legal (e assustador) é que cada módulo pode funcionar de forma independente caso seja desligado do corpo principal.
Aparentemente não há nenhum vídeo disponível sobre esse sistema de propulsão de baixo custo inspirado por polvos, o que é bem triste considerando quão rápido os moluscos podem ser lançados. Mas suas aplicações práticas parecem estar em debate.
Ar
A asa robótica de morcego da Universidade de Brown consegue de alguma forma replicar o movimento de voo da criatura. E mais interessante ainda é quão finas são as membranas elásticas que permitem aos morcegos serem mais furtivos e exatos em seus movimentos em relação a aves.
A DARPA está trabalhando em um drone baseado em beija-flores desde 2006. O pequeno drone flutua como seu homônimo e cabe na palma da sua mão.
Por mais que os movimentos não sejam tão suaves como no real, se você colocar algumas penas no SmartBird da Festo não vai nem perceber que é um robô.
Terra
O BigDog da Boston Dynamics deve ser o robô mais assustador já feito. Talvez sejam as patas articuladas, ou a ausência de um rosto. Ou quem sabe o trote perturbador. Mas quando esse cão biônico sem cabeça começa a jogar blocos de concreto, você percebe que o dia do julgamento final pode não estar tão longe.
Como se baratas já não fossem suficientemente assustadoras, criaram estas baratas de papelão. É o segundo robô com patas mais rápidas. Não sei dizer o que é pior: isso ou o robô-pulga que pula cercas.
Não parece grande coisa, mas este TAYLRoACH (sigla em inglês para Hexapod robótico autônomo rastejador com cauda de acionamento de guinada) foi apontado como o robô que se vira mais rápido por causa da sua causa. Ela não apenas dá equilíbrio ao robô e animais mas também agilidade para se virar rapidamente.
A maior parte das aplicações desses projetos são para fins militares, mas não é improvável que tudo isso um dia seja unido para criar algo diretamente útil para o cidadão médio. E quem não gostaria de poder andar no seu próprio Big Dog no futuro?