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O que é o ponto de interrogação que o James Webb encontrou no espaço

A princípio, ele passou despercebido em uma imagem da dupla de estrelas Herbig-Haro 46/47, a 1.470 anos-luz da Terra. Entenda a imagem

Imagem: NASA/ESA/CSA/Reprodução

Em julho, o Telescópio Espacial James Webb observou duas das estrelas mais famosas de nossa galáxia: Herbig-Haro 46/47, a 1.470 anos-luz da Terra. Agora, elas foram ofuscadas por um detalhe que, a princípio, passou despercebido na imagem do telescópio: um ponto de interrogação espacial.

Você pode imaginar, claro, que se trata de uma civilização alienígena lançando uma mensagem para possíveis vizinhos (“alguém aí, nas redondezas?”). Afinal, é uma hipótese tentadora e divertida. Mas a realidade, ao que tudo indica, é que o ponto de interrogação é uma baita coincidência.

A mancha alaranjada na imagem é uma galáxia ou, talvez, duas galáxias se fundindo, possivelmente a bilhões de anos-luz de distância. Os dois pontos mais brilhantes no ponto de interrogação, um na curva e outro no ponto, podem ser os centros das galáxias. À medida que elas interagiam ao longo de milhares de anos, atingiram esse formato familiar.

A imagem completa, onde está o ponto de interrogação misterioso, é a que você vê abaixo. O par de estrelas, no centro, está enterrado em um disco de gás e poeira. Herbig-Haro se alimenta desse material à medida que continua a ganhar massa. E as manchas laranjas e cor de rosa são camadas sucessivas de material que as estrelas engolem e ejetam ao longo de milhares de anos.

Esta é a imagem completa da dupla Herbig-Haro 46/47. Será que você consegue encontrar o ponto de interrogação? Dica: ele está na parte inferior da imagem, perto do centro, com um punhado de galáxias bege à sua direita. Imagem: NASA/ESA/CSA/Reprodução.

Detalhes inesperados

O pessoal da NASA gerou esta imagem a partir de dados coletados pela NIRCam do James Webb, um instrumento que enxerga “infravermelho próximo”. Trata-se de ondas eletromagnéticas mais compridas e menos energéticas do que aquelas que nosso cérebro entende como as cores do arco-íris – mas não tão distantes da luz visível. Por isso o nome “próximo”.

A luz infravermelha penetra na poeira espacial com mais facilidade do que a luz visível. É por isso que o James Webb é capaz de registrar tantos detalhes e gerar a imagem de Herbig-Haro com a maior resolução já alcançada — dando de brinde o ponto de interrogação.

Allie Yang, escrevendo para a National Geographic, indicou que os astrônomos já encontraram objetos semelhantes mais próximos a nós. Um exemplo é esta imagem gerada pelo Telescópio Espacial Hubble, em 2008, que mostra duas galáxias em fusão – mas também parece um ponto de interrogação.

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