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O que há de novidade na versão 2 do Microsoft Surface

No mundo da tecnologia, conceitos vêm e vão muito rápido. Infelizmente, algumas ideias com grande potencial se perdem no obscuro vale do vaporware, às vezes vivendo o bastante para ver as suas principais funções sendo lançadas antes em outros aparelhos. Pior que isso, às vezes hardware e software que têm “fracasso” escrito na testa recebem […]

No mundo da tecnologia, conceitos vêm e vão muito rápido. Infelizmente, algumas ideias com grande potencial se perdem no obscuro vale do vaporware, às vezes vivendo o bastante para ver as suas principais funções sendo lançadas antes em outros aparelhos. Pior que isso, às vezes hardware e software que têm “fracasso” escrito na testa recebem o sinal verde para serem lançados para um público faminto, e em breve frustrado.

Há, no entanto, alguns conceitos que são inovadores e ao mesmo tempo conseguem empolgar os sortudos o bastante para experimentá-los. Se estes produtos recebem cuidado e atenção por tempo o bastante para que cheguem ao maravilhoso mundo das prateleiras das lojas, eles têm uma chance de mudar a forma como interagimos com o nosso mundo diariamente. O PC foi um produto assim. Quer você goste ou não, o iPad também foi: apesar de existirem outros tablets antes dele, nenhum jamais conseguiu prender a imaginação e o dinheiro do público de tal forma a se tornar parte sempre presente da nossa vida (digital) diária.

Apesar dele estar surgindo de maneira bem tímida, como um ninja, nós temos a sensação de que, à medida que for aparecendo em mais e mais lugares nos próximos anos, a mais nova versão do Microsoft Surface pode conseguir se tornar a próxima máquina a mudar a maneira com que nós trabalhamos, fazemos compras e vivemos todos os dias.

Originalmente chamado de Milan, o Surface apareceu primeiro em 2007. Voltado a clientes nos setores militar, de hotelaria, de varejo e de entretenimento, o Surface foi uma plataforma de computação que permitiu a múltiplos usuários interagirem e colaborarem uns com os outros ao redor de uma mesa digital de 30 polegadas contendo um projetor XGA DLP e cinco câmeras instaladas para capturar os reflexos de luzes infravermelhas projetadas pelas pontas dos dedos e especialmente por objetos e dispositivos especialmente marcados. Capaz de registrar até 52 pontos de toque ao mesmo tempo, o Surface ofereceu aos usuários interatividade e colaboração em 360 graus. Isso tornou possível para muitas pessoas trabalharem, colaborarem, se divertirem, consumirem e compartilharem conteúdo de um modo nunca antes visto no mundo da computação. Toda esta tecnologia chegou ao mercado há quatro anos. Você pode estar se perguntando: o que a equipe do Surface tem feito pela plataforma neste tempo?

Pelo que nos disse Somanna Palacanda, do departamento de marketing do Microsoft Surface, nos disse, bastante coisa. Falando conosco do seu escritório em Seattle, Palacanda explicou que tanto em termos de hardware quanto software, a segunda versão do Surface tem mudanças bem significativas para os usuários.

“Com a versão um, nosso objetivo era colocar o Surface no ecossistema dos desenvolvedores e nos assegurar de que eles entenderiam o que é fazer aplicações para que as pessoas interagissem em 360 graus. Esta foi uma mudança de paradigma para os desenvolvedores, porque não era mais um mouse e um teclado, ou apenas uma instância de toque. Era multitoque massivo.”

“O objetivo da versão um era pegar este rico ecossistema de desenvolvedores que realmente entendiam como construir aplicações de multitoque e fazer com que eles se aproximassem da ideia de diferentes ângulos. Com a versão dois, nós queremos escalar a tecnologia ao ponto em que ela será massivamente adotada na arena comercial. Nós fomos atrás de diferentes fabricantes de hardware no mundo todo e nos decidimos por uma parceria com a Samsung, porque eles queriam um parceria verdadeira. Por isso desde o design do LCD e a arquitetura do painel até todos os detalhes do produto final, nós colaboramos muito de perto com a Samsung para trazer este produto ao mercado. Ela será a única fabricante a ter permissão de desenvolver este produto, e ele será um produto com a marca da Samsung, distribuído para o mundo todo através da sua rede de distribuição”.

Esta parceria com a Samsung, explica Palacanda, deu origem a um hardware robusto, com vários recursos significativos em comparação com a primeira versão da plataforma. Desta vez, o tamanho do painel de interface do Surface foi aumentado de 30 para 40 polegadas, e as cinco câmeras usadas anteriormente foram substituídas por uma nova tecnologia, que Palacanda chama de Pixelsense.

“Nós ainda estamos entregando um multitoque massivo baseado na visão, mas o que fizemos, fundamentalmente, foi dispensar as câmeras que tínhamos na primeira versão e substituí-las por transistores que conseguem enxergar no espectro infravermelho, incorporando-os aos pixels do LCD. Isso reduz o tamanho do aparelho. Ele era um painel de 9 polegadas de espessura antes, mas agora, com toda a inovação que trouxemos, conseguimos diminuir isso para aproximadamente quatro polegadas”.

Esta redução no tamanho geral do Surface fez com que a Microsoft pensasse em outras formas de utilização e orientação para a platafrorma. Continua sendo possível montar e usar o Surface na horizontal, sobre quatro pernas como se fosse uma mesa, mas graças às suas novas linhas esbeltas, ele agora também é afixável em paredes e pode ser pareado com hardware VESA padrão. A adição dessa nova opção de orientação colocou a equipe do Surface na Microsoft diante de um desafio: como alterar uma plataforma de multitoque massivo projetada para ser acessada em 360 graus em uma na qual os usuários terão as suas opções de ângulos de aproximação limitadas pelo fato do aparelho estar em uma parede.

“No varejo, ter algo horizontal pode ser muito caro em termos de espaço interno ocupado na loja. Então nos oferecemos a opção de prender o Surface em uma parede. O que fizemos foi incluir acelerômetros no produto. Então ele saberá automaticamente em que ângulo está instalado, e o software responderá a isso. A outra coisa que fizemos foi ter certeza que este aparelho será forte. Já que o Surface será instalado em ambientes públicos, ele precisa ser resistente. Se você colocar uma tela LCD frágil e alguém apertar um pouco mais forte, a tela quebra. O que fizemos foi colocar uma camada de Gorilla Glass no topo do aparelho. Esta peça de Gorilla Glass é a maior comercialmente disponível no mercado hoje”.

Quando questionado sobre que tipo de proteção isso daria ao aparelho em uma situação de mundo real, Palacanda nos deu um ponto de referência que tinha certeza que entenderíamos. “Digamos que você está na sala de convivência de um hotel, com uma garrafa de cerveja na mão. Se você a derrubasse na tela de uma altura de cerca de meio metro, a tela ficaria bem graças ao Gorilla Glass. Se você derramasse líquidos, nós também trabalhamos para que exista alguma proteção para isso. Assim, o aparelho não sofre danos quando está em um ambiente público”. Microsoft? Samsung? Se vocês estiverem lendo isso, nós gostaríamos de ver esse tipo de proteção também no resto dos seus produtos.

Mesmo com toda essa tecnologia, o Surface não valeria o esforço que a Microsoft e a Samsung estão fazendo para desenvolvê-lo se ele não tivesse um mercado identificável que possa genuinamente se beneficiar da presença do dispositivo no seu dia-a-dia. Felizmente para os acionistas, Palacanda explica que apesar do Surface não ser uma que todo mundo terá, ele será uma que trará benefício a todos que a usarem.

“O Surface é projetado para o uso de pessoas que estão em um abiente público, como um shopping, hospital ou escola, museu ou espaço de comércio. No fim das contas, estes são os nossos consumidores. Dados os avanços que a Microsoft tem feito na arena das interfaces de usuário naturais, nós acreditamos que as pessoas começarão imediatamente a usar isso, porque a curva de aprendizado é muito pequena. Esta é a parte empolgante para nós. Quando você para para pensar, vê que geralmente são apenas os funcionários de um banco ou de um hospital que interagem com a tecnologia. Eu acho que uma das coisas que o Surface faz é quebrar essas barreiras e permitir que as pessoas comecem a interagir com a tecnologia”. Cada vez com mais clientes corporativos, como o Royal Bank of Canada, o Hard Rock Café e, claro, as lojas da Microsoft incorporando a tecnologia do SUrface nas suas operações regularmente, não há muita dúvida de que logo a maioria de nós terá um gostinho do que esta tecnologia inovadora tem a oferecer.

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