Muito se fala sobre o que está acima da Terra. A Lua, por exemplo, fica a cerca de 405 mil km de distância de nós, podendo ser alcançada apenas por foguetes.
Mas a imensidão do Universo faz com que esqueçamos daquilo que está sob os nossos olhos: o oceano. Em 2019, o empresário americano Victor Vescovo resolveu mapear os pontos mais profundos dos cincos oceanos do mundo.
Durante sua expedição denominada Five Deeps, o explorador encontrou nada menos do que o ponto mais profundo da Antártica. “Factorian Deep”, como o local ficou conhecido, fica a cerca de 7.400 metros abaixo da superfície do mar. A profundidade é equivalente a 17 Empire State Buildings empilhados.
Mapeamento
O local, no entanto, só foi mapeado em meados de 2022. Agora, o “Factorian Deep” está indicado entre as montanhas, desfiladeiros e planaltos submarinos do Oceano Antártico.
Chegar ao mapa não foi tarefa fácil. Na verdade, ele é resultado de mais de 1.200 conjuntos de dados de sonar, coletados principalmente por embarcações científicas de todo o mundo e pelos navios quebra-gelo que abriram caminho os pesquisadores.
Infelizmente, o local ainda foi pouco estudado. Sabe-se apenas que ele fica ao sul do paralelo 60, um círculo invisível que separa os oceanos. Estudos futuros devem detalhar a biodiversidade local, dentre outros fatores.
Os pesquisadores incentivam os navios a ligarem seus sonares durante a viagem, ajudando assim no mapeamento de áreas remotas. A explicação é simples: a existência dos mapas ajuda na localização de montes submarinos, que tendem a ser focos de biodiversidade.
Além disso, a profundidade dos oceanos também influencia o movimento das correntes e a mistura vertical da água. Esses, por sua vez, interferem nos modelos climáticos que mostram como os oceanos movem o calor ao redor do planeta.