Não tenha nenhum dúvida: a Apple irá mudar a linha MacBook Pro em 2012 de forma radical — revolução, e não apenas evolução. Nós sabemos disso não por causa dos rumores, sabemos simplesmente porque não há como isso não acontecer.
Eis o que nós esperamos.
Uma mudança radical, mas lógica
Quando Steve Jobs disse que o MacBook Air era o futuro dos laptops, ele estava certo. Para tristeza de uma minoria, a Apple acabou com um monte de tecnologias antigas no Air. Eles simplificaram a parte interna e esmagaram seu design industrial para criar uma máquina bem animal. O resultado foi um grande sucesso — e toda a indústria ligou suas fotocopiadoras novamente.
É uma questão lógica pensar que eles seguirão o mesmo caminho com o MacBook Pro. Não é só uma consequência racional do Air; a mudança também será conveniente para a imagem pública da empresa: os novos MacBook Pros — e não o iPad 3 anabolizado — serão o primeiro teste real da nova equipe de executivos da Apple.
Eles precisam fazer algo grandioso. Eis o caminho.
Configuração mais veloz
O novo MacBook Pro usará processadores Ivy Bridge, a nova arquitetura de 22 nanômetros da Intel com transistores 3D que darão
uma bela aumentada de velocidade em comparação aos MacBooks atuais. A Intel estima que o Ivy Pridge aumentará em 20% a performance das máquinas em comparação à família Sandy Bridge. O Ivy Bridge também aumentará em 30% o desempenho da placa gráfica integrada, mas acreditamos que essas máquinas usarão algo mais potente para lidar com aplicativos pesados (mais sobre isso já já).
Adeus, discos rígidos
Os SSDs também são uma das peças chave para aumentar a velocidade. Na verdade, para a maioria dos consumidores, trata-se do fator mais importante na percepção de velocidade, mais até do que o processador e a placa de vídeo. Quando tudo carrega e é salvo quase instantaneamente, as pessoas sacam a velocidade na hora — e é isso que acontece com o Air.
Abandonando legados da tecnologia
A família MacBook Pro de 2012 eliminará legados de tecnologia. Isso significa o fim dos leitores ópticos, e o fim das portas Ethernet e FireWire. Essas máquinas terão apenas portas USB e Thunderbolt, além de um leitor de cartão SD, assim como o MacBook Air. Eliminando esses empecilhos, as novas máquinas terão mais espaço e simplificarão a parte eletrônica interna.
Eu não consigo me lembrar da última vez que usei um drive óptico. Todos meus programas e conteúdo consumidos estão em
Tela com Retina Display
As máquinas terão uma resolução de tela maior, lembrando a Retina Display do iPhone. Isso faz parte do passo que a Apple dará rumo ao HiDPI.
Quão alta será resolução? Ela não será tão densa quanto a tela do iPhone, que tem 326 pixels por polegada — que é tão alto quanto uma página impressa — mas será próximo disso. O MacBook atual de 15 polegadas tem 128 pixels por polegada (1440 x 900 pixels), enquanto o de 17 polegadas tem 133 pixels por polegada (1920 x 1200 pixels). Essas resoluções relativas são similares à linha MacBook Air atual.
A dúvida agora é saber se eles serão capazes de dobrar tais resoluções para 2880 x 1800 pixels e 3840 x 2400 pixels. Parece muito maluco e não há nenhuma evidência de que alguém esteja fabricando esse tipo de tela.
Talvez a Apple só aumente a resolução para 180 ou 200dpi. Por causa da distância que nossos olhos ficam da tela, 200ppi seria o bastante para atingir um efeito similar ao da Retina Display do iPhone — ao ponto em que você não consegue mais ver os pixels. E mesmo assim, isso significará um monte de pixels a mais.
Placas de vídeo insanas
Todos esses pixels a mais requererão muitos músculos na parte gráfica. A Apple atualmente usa placas AMD Radeon em seus MacBooks, então provavelmente eles continuarão trabalhando com a empresa. A AMD tem lançamento programado para o fim do segundo trimestre de suas novas placas de vídeo de alto nível, com 28 nanômetros, e com foco no mundo móvel. Elas farão parte da família Radeon HD 7700M.
Se a Apple continuar com a AMD, o topo de linha do MacBook provavelmente usará a HD 7770M (os modelos atuais usam a HD
6670M). Por causa da mudança de resolução, eu não ficaria surpreso se a placa mais potente tivesse 2GB e memória GDDR5. A placa de vídeo de topo atual dos MacBooks tem 1GB e memória GDDR5. A opção mais barata poderá ser a HD 7750M, com 1GB e memória GDDR5.
Se a Apple decidir mudar para a Nvidia, é difícil saber o que eles usarão. Alguém vazou a informação de que o laptop da Samsung com Ivy Bridge terá uma Nvidia GeForce GTX 675M com 2GB e memória DDR5, mas uma placa GTX provavelmente esquentaria demais um aparelho tão fino como imaginamos que o MacBook Pro de 2012 será.
Gabinete redesenhado
Esse será o principal ponto para vender os novos MacBook Pros. Eles terão um design extremamente fino. Talvez até mais fino do que o MacBook Air atual, já que eles têm uma superfície maior para espalhar os componentes. Eles também serão bem mais leves se comparados com as máquinas atuais, graças à eliminação de tecnologias antigas. Mas ele também pode ter um corte menos agressivo no peso, já que o espaço usado para bateria pode aumentar.
Capacidade de bateria
Algo que deixaria todo mundo feliz e seria bem marcante: uma duração de bateria gigantesca. Já que os componentes serão reduzidos e o HD sumirá, uma bateria maior e com maior duração faz todo o sentido. Se eles realmente aumentarem o número de células de bateria, então talvez veremos um laptop que finalmente aguente um dia inteiro de trabalho em uma única carga. Ou quase isso. Se a Apple for radical nesse quesito, eu só posso esperar uma duração de bateria enorme.
Mais uma coisa: toda a superfície será um trackpad
Isso é algo que já foi ventilado como rumor antes, mas agora acredito que possa acontecer: todo o local de apoio de mãos dos novos MacBooks será um trackpad sensível à múltiplos toques. É óbvio que, em termos de tecnologia, a Apple pode fazer isso. Mas eles não farão apenas porque eles podem. Eles fariam principalmente por dois motivos.
O primeiro é porque a superfície toda seria o marco para o passo final na metamorfose do Mac OS X. Uma metamorfose que começou com o sucesso da tecnologia de múltiplos toques e a interface de manipulação direta do iPhone e do iPad.
O Lion adicionou alguns desses conceitos no Mac OS X e, apesar de ele não ter atingido as metas que eu esperava, ele claramente mostra o caminho que a Apple irá seguir. O próximo Mac OS X não só irá se aprofundar nos gestos, assim como a Microsoft está fazendo no Metro e no Windows 8. Uma superfície 100% trackpad — não uma tela sensível ao toque — será a chave nesta transição de laptops e desktops (para ter uma ideia de como isso funcionaria, é só ver o vídeo abaixo).
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Mas há uma razão talvez mais importante para a introdução de tal inovação: o fator “one more thing“. Cook e os novos executivos precisam mostrar que tem culhões para fazer as coisas, que eles podem continuar inovando e tirando coelhos de suas cartolas assim como seu antigo chefe fazia. Ele diria algo assim:
“Mas por que ter apenas um trackpad? O trackpad atual é bom, mas é muito limitado. E se nós pudéssemos dar a vocês todo o apoio de suas mãos como um trackpad? É uma mudança de tecnologia enorme, mas nós descobrimos um jeito de diferenciar suas mãos e seus dedos, para que o MacBook não fique confuso e você possa usar os múltiplos gestos no Mac OS X do mesmo modo que você usa em seu iPad! E nós fizemos isso. Nós estamos eliminando o pequeno trackpad e oferecendo um trackpad que você pode usar múltiplos toques de forma livre. Nós amamos isso. E achamos que você irá amar também. Deixe-me lhe mostrar.”
Mostrar ao mundo que eles podem fazer algo assim seria a perfeita declaração de “sim, nós podemos derrubar o queixo de vocês sem Steve Jobs” da nova Apple de Tim Book. Porque apesar de mostrar resultados econômicos incríveis, eles precisam mostrar que conseguem continuar “fazendo a mágica acontecer” pelos próximos anos.