O sistema de monitoramento fetal para o Apple Watch é melhor coisa que a Apple já fez para as mulheres
Das muitas experiências novas que você pode ter durante uma gravidez de alto risco, uma das piores é um exame de monitoramento fetal chamado Non-Stress Test (NST) ou cardiotocografia basal. Na verdade, ele deveria se chamar High-Stress Test porque causa uma angústia enorme nos pais. A Apple deixou as coisas um pouco melhores.
Um NST é o melhor jeito para os médicos examinarem a saúde do feto no trimestre final da gravidez. Ele funciona assim: você fica ligada a um zilhão de monitores por uma hora, mais ou menos, enquanto os médicos determinam se o batimento cardíaco e os movimentos do bebê estão normais. Isto geralmente tem que ser feito no hospital e, às vezes, tem que ser feito várias vezes durante as últimas semanas de gravidez. Devido à minha hipertensão, eu entrei na maternidade seis vezes para fazer NST antes da minha filha nascer. (Por outro lado, todas as enfermeiras já me conheciam quando eu finalmente fui ter o bebê.)
Mas um dos maiores problemas de todo o processo é que, mesmo com todos os sensores, os médicos ainda têm dificuldade para diferenciar os batimentos cardíacos da mãe dos do bebê. Isto faz com que eles mudem o lugar dos sensores, ouçam, mudem de novo, ouçam de novo. É bem assustador, principalmente quando você já está assustada com a saúde do seu bebê.
O Airstrip, um app de monitoramento fetal anunciado pela Apple no evento de ontem, consegue coletar confortavelmente toda a informação de um NST, até mesmo em casa, e transmitir os dados para seu Apple Watch sem precisar de cabos. Mais importante que isso, ele também pode mandar todas as informações para seu médico. Não é apenas uma inovação de experiência do usuário: a Apple também fez uma parceria com um importante dispositivo médico. O monitor Sense4Baby, comprado pelo Airstrip em abril, é uma faixa com bateria aparentemente confortável para substituir um monte de sensores e adesivos. E, graças ao excelente monitor de batimentos cardíacos do Apple Watch, ele consegue separar os batimentos cardíacos da mãe e os batimentos do bebê.
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O sistema da Airstrip também resolve o problema da necessidade de checar a saúde do bebê durante o trabalho de parto — gravidezes de alto risco especialmente precisam de monitoramento constante. O Airstrip aparentemente pode fazer tudo isso, incluindo monitorar o tempo e a força das contrações. Quem já tentou parir um bebê sabe que a última coisa que você quer é ser amarrada a uma máquina de monitorização fetal. Você quer SE MEXER. E se você pudesse monitorar todos estes dados –a força e a duração das contrações, com atualizações sobre a saúde do bebê– facilmente no seu Apple Watch, poderia ficar mais segura em casa, indo para o hospital ou maternidade apenas quando o filho estivesse realmente para nascer.
Esperamos que isto seja financeiramente viável para hospitais, médicos e obstetras usarem — não apenas mulheres com dinheiro suficiente para comprar um Apple Watch. Honestamente, eu não acho que valha a pena ficar checando a frequência cardíaco do feto em casa, a menos que isso seja um pedido do médico (na verdade, acho que muitos médicos vão recomendar que você não fique obcecada com este monitoramento caseiro), mas penso que isso pode ser altamente útil em países subdesenvolvidos, nos quais os recursos médicos são muito menores, e ajudar na saúde de gestantes e bebês. E, claro, tomara que você não precise ter um Apple Watch para visualizar os dados — vamos torcer para que eles possam ser monitorados num smartphone ou tablet.
Como proprietária de um útero, eu já lamentei a falta de apresentadoras mulheres no palco dos eventos da Apple, e fiquei muito irritada com o fato de que o HealthKit não incluía funções voltadas para o público feminino, como registro de período menstrual (que foi adicionado posteriormente). Esta é uma das melhores coisas que uma empresa de tecnologia já fez pela saúde das mulheres. Estou quase ansiosa para ficar grávida de novo só para fazer o NST mais uma vez.