OLPC vira robô para ensinar crianças uruguaias a programar

Lembra do OLPC, o famoso projeto de Nicholas Negroponte para fazer um notebook acessível o bastante para que cada criança tenha um nas escolas? Um dos lugares onde a proposta deu certo (o primeiro, aliás) foi o Uruguai, país de origem de dois campuseiros que conheci aqui na área de robótica da Campus Party com […]

Lembra do OLPC, o famoso projeto de Nicholas Negroponte para fazer um notebook acessível o bastante para que cada criança tenha um nas escolas? Um dos lugares onde a proposta deu certo (o primeiro, aliás) foi o Uruguai, país de origem de dois campuseiros que conheci aqui na área de robótica da Campus Party com uma proposta interessante: fazer um robô baseado no OLPC para incentivar o aprendizado de lógica de programação nas crianças.

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Como 100% dos estudantes de 6 a 12 anos no Uruguai têm um desses pequenos netbooks conectados (OLPC é justamente uma sigla para “um laptop por criança”, meta alcançada pelo governo de nossos vizinhos), Frederico Andrade e Andrés Aguirre, junto com uma equipe de robótica, resolveram usar os seus conhecimentos para transformá-los em uma ferramenta de incentivo ao aprendizado de programação: o Projeto Butiá.

Em uma enrolada conversa em portunhol, eles me explicaram que o robô, na prática, é apenas um OLPC sem modificações de hardware acoplado sobre uma plataforma com rodas, motores e sensores diversos, além de um placa Arduino. A mágica acontece no software, que foi modificado com uma interface de quebra-cabeças.

São diversas peças gráficas encaixáveis, que representam ações e condições de comportamento do “robô”, dependendo dos sensores que ele tem equipado – os sensores são modulares, é possível encaixá-los e retirá-los sem impedir o funcionamento do robô. É a lógica de programação de robótica em um ambiente gráfico, propício para o aprendizado infantil – talvez mais até que os kits de Lego eletrônicos, bem caros. Apenas arrastando e encaixando algumas peças na tela, a criança consegue programar um comportamento do tipo “ande para frente automaticamente até eu apertar um botão, então gire para a esquerda até eu soltar”. Usando um sensor ótico, por exemplo (apenas um dos sensores que me disseram ser compatíveis), dá para programar o robô para parar ou voltar se ele detectar uma mudança de nível brusca, como um degrau de escada ou a borda de uma mesa.

As crianças uruguaias têm sorte. Não apenas ganham um laptop aos seis anos como ainda poderão ter contato com o mundo da robótica e programação desde cedo. Basta o Butiá amadurecer.

Mais detalhes no site do projeto (em espanhol).

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