A COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, tem início na próxima quinta-feira (30). O evento reúne pesquisadores, governos, empresas privadas e organizações do terceiro setor para debater anualmente ações de combate às mudanças climáticas.
Neste ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) pede que as discussões considerem que as decisões tomadas influenciam diretamente questões mundiais de saúde. Isso porque, para a organização, as mudanças climáticas configuram uma ameaça direta à saúde global.
Segundo, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, é necessário demonstrar que ações climáticas mais ousadas contribuem para a saúde e o bem-estar da população mundial.
Por isso, este é o primeiro ano que a COP conta com um Dia da Saúde, exclusivo para destacar a ligação entre clima e saúde. De acordo com a OMS, espera-se que ministros da saúde de diversos países participem do evento e das discussões do dia temático.
Saúde e mudanças climáticas
De modo geral, as mudanças climáticas afetam toda a população global. Contudo, atingem especialmente pessoas que vivem em regiões altamente vulneráveis, como países da África subsaariana, do sudeste asiático e populações de ilhas.
Segundo o IPCC, quase metade das pessoas no mundo moram em regiões com essa suscetibilidade. Dessa forma, sofrem mais com secas, inundações e ondas de calor, por exemplo.
Outro resultado é o aumento de mortes relacionadas ao calor entre pessoas com mais de 65 anos, que teve um crescimento de 70% nos últimos 20 anos, segundo a OMS.
Além do risco aumentado pelos eventos climáticos extremos, há também o fato de que o aquecimento global influencia diretamente o aumento de doenças infecciosas, como a dengue e a cólera.
De acordo com as emissões de gases de efeito estufa, que alimentam as mudanças climáticas, também interferem em outros problemas de saúde. Por exemplo, na quantidade de casos de asma, câncer de pulmão e outras doenças respiratórias.
Ações efetivas para redução das emissões
Dessa forma, a diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Maria Neira acredita que novas tecnologias verdes e estratégias de transição energética são essenciais para atenuar os desafios da saúde pública mundial.
Segundo a organização, o aumento do acesso a fontes limpas de energia pode impedir 5 milhões de mortes todos os anos.