O fenômeno El Niño, responsável por influenciar o clima global, pode se extender até o ano que vem. Segundo um relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial), o calor extremo que vem sendo observado desde junho deve continuar até abril de 2024.
Em todo o mundo há registros de calamidades. De acordo com o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, há uma contribuição clara e inequívoca das crescentes concentrações de gases de efeito de estufa provenientes das atividades humanas.
Inclusive, o mês de setembro de 2023 terminou com alguns recordes quebrados. As temperaturas do mês passado foram as mais quentes em mais de 80 anos, superando a marca anterior por uma grande margem.
De acordo com o serviço climático da União Europeia, setembro deste ano foi 0,93º C mais quente do que a temperatura média dos meses de setembro entre os anos de 1991 e 2020. Com isso, bateu-se o recorde anterior de 0,5º C, estabelecido em 2020.
Essa é a margem mais quente acima da média para um mês em 83 anos de registros, segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus, da ESA (Agência Espacial Europeia). Quando se considera o ano todo, 2016 é atualmente o ano mais quente já registrado.
Ondas de calor, secas e incêndios florestais
Desde maio de 2023, a alta da temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial centro-leste oscilou entre cerca de 0,5 °C e 1,5 °C acima da média.
Por isso, o chefe da OMM assinalou a previsão de eventos extremos mais fortes como, por exemplo, ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas intensas e inundações.
Os cientistas explicam que um efeito duplo, incluindo um episódio do El Niño excepcionalmente forte, foi responsável pelo ano mais quente de 2016. Na época, as temperaturas mais altas do ano também foram motivadas pelo impacto do aquecimento global induzido pela queima de combustíveis fósseis.
Como o El Niño afeta o Brasil
Por influência do El Niño, as chuvas ficam acima da média no Sul brasileiro. No Norte, por outro lado, uma anomalia de temperatura no Atlântico Tropical fará os volumes de chuvas ficarem abaixo da média.
Além disso, a perspectiva do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é que a atuação do El Niño ganhe força até dezembro. Isso intensifica o déficit de chuva sobre o leste e o norte da Amazônia, bem como no norte do Nordeste.