ONU prevê que 2024 será ainda mais quente que 2023
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU, confirma o que todo mundo suspeitava: 2023 foi o ano mais quente dos últimos 150 anos e a previsão é que 2024 seja ainda mais quente.
No ano passado, as temperaturas globais começaram a subir vertiginosamente no final do primeiro semestre. Junho de 2023 foi o junho mais quente já registrado, julho também, e essa tendência continuou até dezembro.
Segundo a ONU, desde os anos 1980, cada década foi mais quente que a anterior. As temperaturas de 2023, globalmente, foram 1,48 graus Celsius maiores que a segunda metade do século XIX.
De acordo com o órgão da ONU, a severa onda de calor de 2023 aconteceu pela mudança do padrão climático “El Niño-Oscilação do Sul”, quando o La Niña, a versão fria, deu lugar para o El Niño, a fase quente.
Os eventos do El Niño ocorrem por causas naturais, ou seja, sem a intervenção humana e costumam durar um ano. Como o El Niño começou no meio de 2023, 2024 pode ser mais quente, pois as temperaturas chegam ao maior nível após o encerramento do fenômeno.
Portanto, 2024 pode superar 2023 ou ficar entre as três primeiras posições, segundo a ONU.
Desigualdade social contribuiu para piorar a crise climática
A crise climática está piorando com a crise da desigualdade social, que afeta todos os aspectos do desenvolvimento sustentável e prejudica as ações de combate à pobreza, fome e destruição ambiental.
“As ações humanas estão queimando a Terra. 2023 foi apenas uma prévia do futuro catastrófico que nos aguarda se não agirmos imediatamente. Precisamos reagir a esse recorde em aumento de temperatura com ações inovadoras”, disse o Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres.
A OMM usou seis datasets internacionais que monitoram as temperaturas globais para constatar que 2023 foi o ano mais quente desde a era pré-industrial. Contudo, esse é apenas um indicador para avaliar as mudanças climáticas. Outros indicadores incluem o nível de concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, a acidificação dos oceanos, o nível do mar e o equilíbrio da massa glacial.