Em um evento na sexta-feira (27) na cidade de Bath, na Inglaterra, a Opera apresentou suas novidades ao mercado mundial. O Giz Brasil esteve presente no “Opera Browser Days” e traz todos os detalhes abaixo.
Confira os principais navegadores da Opera
Os navegadores da Opera são uma excelente alternativa para quem está cansado de utilizar softwares populares, como Google Chrome, Apple Safari ou Microsoft Edge.
Com sede em Oslo, na Noruega, a empresa desafia o tradicional circuito de empresas de tecnologia baseadas nos Estados Unidos apostando em soluções desenhadas para diferentes tipos de público.
Atualmente mais de 300 milhões de pessoas utilizam os produtos da empresa ao redor do mundo. Para fins de comparação, este número é superior ao número de usuários de outros navegadores populares no mercado brasileiro, como Brave e FireFox, por exemplo.
Atualmente, os principais produtos da Opera — Opera One, Opera GX e Opera Mini — estão disponíveis, além da versão para desktop, em versões para plataformas mobile, Android e iOS, o que tem contribuído consideravelmente para o crescimento de sua base de usuários.
Opera One
No ano passado, a empresa redesenhou completamente seu browser flagship com o lançamento do Opera One, que reúne todos os anos de expertise da companhia no desenvolvimento de softwares para entregar aos seus clientes uma experiência de navegação capaz de competir de igual para igual e até ameaçar seus principais concorrentes.
Além de oferecer recursos que otimizam a navegação, que é seu propósito principal, o navegador também conta com recursos desenvolvidos para enriquecer a experiência de seus usuários, como por exemplo, possibilidade de customização da interface, algo que já possível em softwares concorrentes, mas em um nível um pouco mais profundo. O objetivo é transformar a relação entre usuário e aplicativo cada vez mais pessoal.
“Em 2023, a IA mudou do campo científico para a área do consumidor, certo? Isso é o que, como desenvolvedores de browsers, estávamos esperando, porque a tecnologia de repente pode ser usada nos produtos. Então, para nós, foi uma decisão muito natural e rápida. Esse era o ingrediente que precisávamos, certo? Então, agora, não apenas redesenhamos o browser, que é o que basicamente todo desenvolvedor tenta fazer de vez em quando, mas nós decidimos que, ok, a AI é um super novo, então nós temos que redesenhar muito da nossa interface para incluir para novas ferramentas”, disse Joanna Czajka, diretora de produto da Opera.
Outra função útil para o dia a dia, é um bloqueador de anúncios nativo. A depender da página que o usuário acessa, o excesso de publicidade ou pop-ups “patrocinados” pode quebrar completamente a imersão da navegação. Por este motivo, muitos usuários buscam ferramentas desenvolvidas por terceiros para resolver o problema.
Com o Opera One, no entanto, isso não é necessário, uma vez que acessando as ferramentas do próprio browser, é possível encontrar um bloqueador de anúncios fácil de configurar e que, pode de fato, mudar completamente a experiência dos usuários, que terão muito menos interrupções durante a interação com websites.
Assim como seus principais concorrentes, a Opera também está investindo em inteligência artificial com a Aria, uma assistente de IA integrada diretamente ao navegador. Além de auxiliar na navegação, a função gera respostas sobre dúvidas a respeito do conteúdo ou seu autor e pode interagir em conversações.
“Sabemos que somos um browser de nicho. Esse nicho é bem grande, porque tem 300 milhões de usuários em todo o mundo. E você sabe o que? É um grande grupo de usuários. Então, queremos crescer da forma como nós proporcionamos o produto atrativo. Mas eu acho que, de novo, é super inspirador para nós, certo? E esses 300 milhões de usuários são cobertos por um par de browsers que nós temos”
A empresa ainda promete elevar o nível da experiência apresentada no ano passado, com o Opera One R2, que, segundo porta-vozes, está previsto para ser lançado em meados do mês de outubro deste ano.
Opera GX
O Opera GX, por sua vez, é um navegador desenhado para o público gamer, mas não qualquer gamer. Segundo a empresa, seu alvo é o gamer da geração Z, que não apenas joga, mas também está interessado em criar conteúdo sobre jogos eletrônicos para redes sociais.
Conforme Maciej Kocemba, gerente de produto da Opera com foco no navegador gamer, revelou ao Giz Brasil, a comunidade de usuários é fundamental não apenas pelo sucesso do browser, mas também durante o processo de desenvolvimento de novos recursos, uma vez que a companhia costuma considerar os feedbacks recebidos.
“Ao longo dos anos recebemos mais feedback dos usuários. As coisas ficam mais sólidas. Obviamente recebemos mais retorno da comunidade, então identificamos o que funciona. Além disso, descobrimos o que as pessoas querem, o que elas precisam e o que elas falam sobre nós”, afirmou Kocemba.
O navegador conta com alguns recursos exclusivos para os entusiastas de videojogos, sendo o mais notável deles a possibilidade de estabelecer um limite para o uso de CPU e memória RAM do produto, o que na prática limita o desempenho do navegador.
Para quem não está habituado com o universo dos jogos de PC, o recurso pode não fazer sentido à primeira vista, mas, na realidade, faz toda a diferença durante a gameplay.
Quando alguém está jogando, a principal preocupação é ter a melhor performance possível para assegurar uma experiência agradável. Alguns navegadores, no entanto, mesmo em segundo plano, acabam exigindo muito do hardware da máquina, o que prejudica consideravelmente a experiência de gameplay.
Limitando o uso de memória e CPU, o jogador consegue garantir que o navegador aberto em segundo plano, reproduzindo música ou um tutorial para passar de determinada fase em um game, não impacte negativamente na experiência.
“Nós criamos um browser que você pode deixar mais ‘lento’. Não faz sentido, certo? Mas se você tem um uso específico, faz muito sentido. Você está jogando um jogo e o browser está interferindo com aquele jogo. Obviamente, se você tem um computador topo de linha — 32 GB de RAM, o processador mais recente, a GPU mais recente — provavelmente você não se beneficiará muito, mas é apenas uma fração dos jogadores que realmente pode adquirir o mais recente e mais caro hardware”, declarou Kocemba ao Giz Brasil.
Para além do controle sobre o uso de hardware, o navegador conta com possibilidade de customização de tema e plano de fundo, também para transformar a navegação em algo mais pessoal. O software ainda apresentada um hub com jogos free-to-play e mesmo notícias do universo gamer.
Assim como seu navegador de propósito geral, o Opera GX também tem um upgrade previsto para este ano. A próxima versão do software deve trazer os mesmo recursos que consolidaram o browser como uma das principais escolhas do público gamer. E ainda mais possibilidades de customização.
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Opera Mini
O Opera Mini é o browser totalmente desenvolvido para smartphones com hardware mais modesto, antigo ou celulares básicos. O aplicativo consome menos dados e trabalha de maneira otimizada em aparelhos sem suporte para aplicações mais modernas ou ausência de requisitos mínimos.
“O que tentamos fazer é melhorar a experiência dos usuários, para que eles consumam a página web sem realmente perceber que estamos fazendo alguma espécie de simplificação na navegação e melhorando a experiência deles quando eles estão usando o nosso software”, afirmou Tim Lesnik, gerente de produto da Opera.
Embora seu propósito pareça inútil em pleno 2024, o software tem uma enorme adesão em países da Ásia e, principalmente, África, sobretudo nos países onde ainda há uma baixa prevalência de smartphones modernos.
Nos países considerados pobres, a realidade é bem diferente da encontrada em economias emergentes e países desenvolvidos. As novas tecnologias demoram bastante para entrar nestes por uma série de fatores mercadológicos. O que acaba negando a muitas pessoas o acesso às tendências do mundo digital.
Suporte básico
Existem algumas empresas de hardware que exploram, justamente, este tipo de mercado. E, no que diz respeito a software, a Opera é uma das poucas empresas no mundo a seguir oferecendo suporte para os chamados “feature phones”, aqueles aparelhos mais básicos, utilizados apenas para ligações e SMS.
“Nós ainda temos, obviamente, usuários de telefones básicos na Ásia, mas eles são bem menos prevalentes e bem menos concentrados do que eles são na África. Na verdade, é na África que vemos o uso prevalente destes dispositivos, mas isso varia de região para região. Por exemplo, vemos mais usuários de celulares básicos na Nigéria do que no Quênia”.
**O repórter Vinicius Marques viajou à Inglaterra a convite da organização do evento.