Orangotangos de zoológico na Austrália aprenderam a jogar com o Kinect

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Melbourne criou uma forma dos símios do zoológico local conseguirem interagir com objetos via Kinect.

por Daniel Junqueira

Aos 12 anos de idade, Malu adora jogar em um tablet. Mas não é fácil: com seus dedos extremamente fortes, se ela ficar muito tempo com o dispositivo em mãos sem supervisão, a chance de ele quebrar é enorme. É que Malu é uma orangotango do zoológico de Melbourne, na Austrália, que foi inspiração para um estudo que desenvolveu um método desses símios se divertirem usando o Kinect, da Microsoft.

Assim como seres humanos em geral, orangotangos adoram videogames. Mas não é como se você pudesse jogar uma partida de Call of Duty online contra um deles. Cientistas liderados por Marcus Carter, do Centro de Interação entre Humanos e Computadores da Universidade de Melbourne, começaram a buscar um sistema que permitisse a orangotangos interagir com jogos com liberdade, sem que um supervisor precisasse ficar por perto para evitar que eles quebrassem tudo.

A solução foi usar o Kinect e seu reconhecimento de movimentos que dispensam o uso de um controle físico.

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A orangotango Kiani interage com as projeções aparecendo no corpo dela.

Combinado a um projetor que exibe objetos no chão, o Kinect foi usado em um sistema que converte a superfície em uma interface tátil. Os orangotangos conseguem jogar como se estivessem controlando uma tela sensível ao toque: os elementos do jogo são exibidos no chão e eles podem, assim, interagir com eles.

O impressionante é que esses símios se mostraram bastante hábeis em jogos que envolvem tocar e mover objetos. Em apenas 15 minutos, eles são capazes de entender toda a mecânica do jogo, e não têm medo de buscar novas formas de interagir com o que é projetado para eles. Os pesquisadores desenvolveram diversos tipos de jogos para os animais, incluindo um que envolve tirar selfies e depois exibi-las na tela.

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Kiani interage com objetos físicos no espaço da projeção digital.

Mais do que simplesmente diverti-los e estimular a inteligência, a equipe de Carter acredita que o estudo ajudará a encontrar uma forma dos símios se comunicarem melhor com seus cuidadores. Os próximos passos envolvem a elaboração de jogos que eles possam jogar em colaboração com visitantes do zoológico.

[Universidade de Melbourne via Gizmodo en Español]

Fotos: Zoo Victoria em Melbourne

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