Tecnologia

Órgão dos EUA prevê que IA causará crise financeira catastrófica

Presidente da comissão de valores mobiliários dos EUA defende regulamentação da IA; Congresso brasileiro já debate projetos de regulação
Imagem: Freepik/Reprodução

A IA (Inteligência Artificial) não é imune aos problemas – muito pelo contrário. Nesta segunda-feira (23), o presidente da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), Gary Gensler, alertou que o uso descuidado da IA pode causar uma crise financeira. O cataclisma, no entanto, pode ser evitado com a regulamentação da tecnologia.

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“Acho que no futuro teremos uma crise financeira. [E] nos relatórios pós-ação, as pessoas dirão ‘Aha! Havia um agregador de dados ou um modelo em que confiamos’. Talvez esteja no mercado hipotecário. Talvez seja em algum setor do mercado acionário”, afirmou.

A declaração alarmista veio à tona em uma entrevista ao Financial Times. Gensler ressaltou que espera uma crise financeira “quase inevitável” na transição dos anos 2020 para a década de 2030. A preocupação é voltada, principalmente, aos modelos preditivos para análise de dados.

Especialmente ao considerar que essas tecnologias são amplamente utilizadas tanto nos Estados Unidos quanto em outros países, incluindo o Brasil. E o que aconteceria se um banco, gestora de fundos e afins tomasse uma decisão falha, que derrubaria a estabilidade dos mercados a partir dos seus modelos preditivos?

Sem dúvidas, poderia desencadear um ciclo de dores de cabeças, especialmente em mercados emergentes.

Wall Street (Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

Wall Street (Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

Presidente da SEC defende regulamentação da IA

Diante do aviso, o presidente da SEC reforçou ao jornal a necessidade de uma regulamentação da IA para evitar os riscos relacionados à IA. Mas este processo será, nas palavras de Gensler, um “desafio difícil”.

“É uma questão de estabilidade financeira difícil de resolver porque a maior parte da nossa regulamentação [dos Estados Unidos] diz respeito a instituições individuais, bancos individuais, fundos individuais do mercado monetário e corretores individuais; é apenas a natureza do que fazemos”, apontou.

Gensler também aponta que muitas empresas estão sediadas em outros países. Portanto, não estão sob o crivo da SEC, o que também dificultaria o processo de regulação.

Mas os Estados Unidos não estão sozinhos nessa. Em julho, por exemplo, o congresso brasileiro apresentou o Projeto de Lei 759/23 para a regulamentação da IA no Brasil. A medida também tem como objetivo definir uma Política Nacional de Inteligência Artificial determinada pelo Poder Executivo, segundo a Agência Câmara de Notícias.

A proposta é de autoria do deputado Lebrão (União Brasil-RO) e chegou à Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) em abril. O projeto teve sua última movimentação em junho, quando o prazo de apresentação de emendas foi encerrado. Mas, até o momento, não recebeu o parecer do relator do grupo.

A União Europeia também está discutindo uma legislação para regulamentar a IA.

Bruno De Blasi

Bruno De Blasi

Jornalista especializado em tecnologia e carioca da gema. Já passou pelas redações do iHelp BR, Olhar Digital, Tecnoblog e TechTudo. É fã de música, cultura nerd e cinema. Nas horas vagas, está lendo, programando ou tocando baixo.

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