Os dias do silício estão contados: como será o futuro dos processadores?
A Lei de Moore prevê que o número de transistores deve dobrar a cada 18 meses. Mas isso está cada vez mais difícil: como explica o New York Times, não só os chips precisam de mais transistores, como precisam ligá-los e desligá-los de forma eficiente. E para alcançar isto no futuro, o silício não basta. O que fazer, então? Criar processadores com nanotubos de carbono.
A reportagem do New York Times, traduzida pela Folha, explica tudo em detalhes e revela que “existe um consenso crescente, entre engenheiros e executivos da indústria, de que os dias do silício estão contados”. O futuro dos processadores pode estar nos nanoeletrônicos, circuitos construídos em escala molecular.
Um destes circuitos está sendo feito hoje mesmo por Max Shulaker da Universidade Stanford: ele trabalha em protótipos de processador onde os circuitos são feitos com nanotubos de carbono. E o processo de produção é bem incrível:
Para produzir os protótipos de chave, Shulaker primeiro faz crescer quimicamente bilhões de nanotubos de carbono – cada um com espessura de 12 átomos – numa superfície de quartzo. Ele os cobre com uma película ultrafina de ouro e depois usa um pedaço de fita – como um removedor de bolinhas de roupa – para coletá-los manualmente e transferi-los suavemente a um wafer de silício. A diferença é que, pela primeira vez, os circuitos não são gravados com ondas de luz; em vez disso, ao menos em parte, eles se “automontam”.
Shulaker reconhece, no entanto, que esta tecnologia “ainda tem seus problemas”. Mas ela terá tempo de se desenvolver, e com certeza ela não é a única: o New York Times também comenta os esforços da HP Labs em criar uma alternativa às memórias flash e RAM com nanoeletrônicos. O texto está bem interessante, e vale a pena ler na íntegra, e em português: [New York Times/Folha]
Foto por Intel do Brasil/Flickr