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O que os números do Android em 2010 revelam sobre a plataforma

O processo movido pela Oracle contra o Google tem se mostrado uma fonte valiosa de informações sobre a empresa, principalmente das que dizem respeito ao Android, o objeto de discórdia entre as duas. Já vimos como era o sistema operacional da casa em 2006 e, hoje, uma apresentação de slides com resultados financeiros de 2010 […]

O processo movido pela Oracle contra o Google tem se mostrado uma fonte valiosa de informações sobre a empresa, principalmente das que dizem respeito ao Android, o objeto de discórdia entre as duas. Já vimos como era o sistema operacional da casa em 2006 e, hoje, uma apresentação de slides com resultados financeiros de 2010 e projeções pra lá de otimistas apareceu. Vamos digerir esses dados?

A apresentação em questão data de 12 de julho de 2010 e foi assinada por Andy Rubin, líder do Android dentro do Google. Apesar de velhas e de hoje o estado das coisas estar muito provavelmente diferente, as informações são interessante e agregam. Em 2010, por exemplo, com 20 milhões de smartphones nas mãos dos usuários, a previsão do Google era fechar o ano com o dobro e extrair do Android US$ 278,1 milhões em faturamento.

O mais interessante, porém, é a origem dessa grana: US$ 3,8 milhões da venda de apps e assombrosos US$ 158,9 milhões de anúncios. Mesmo colocando na conta dos apps pagos os 70% que ficam com os desenvolvedores, a disparidade continua gigantesca e reforça uma das características históricas que repelem bons desenvolvedores da plataforma do Google: a escassez de usuários dispostos a pagar. Em outro slide, Andy listou o “baixo índice de compras de apps” como um dos problemas do Android.

Na comparação direta com o iOS, da Apple, o faturamento do Android também não impressionava. A mesma apresentação de slides traz projeções do faturamento da empresa nas duas frentes, a própria (Android) e a da rival, onde mantém apps e parte do seu ecossistema. No Android, a projeção para o ano era de US$ 120 milhões, no iOS, de US$ 281 milhões.

As informações divulgadas no processo mostram, ainda, que o Google joga (ou jogava, pelo menos) com a certeza de que emplacaria toda e qualquer investida sua. Rubin sabia que o Google estava atrás da Apple em “música, vídeo e livros” e previa que, com o Google Music, o faturamento chegaria a US$ 1,5 bilhão em 2012. Pela falta de buzz e atenção para com a loja, é de se imaginar que a lojinha de MP3 esteja no mínimo bem longe desse número grandão.

Antes mesmo de lançar o Xoom, primeiro tablet com Android do mundo, o Google já fazia projeções. A ideia da empresa, baseada nas previsões de analistas financeiros de que o mercado de tablets seria de 46 milhões de unidades em 2012, era vender 10 milhões de tablets Honeycomb por ano, abocanhando ~33% do segmento e gerando, em 2012, US$ 220 milhões em faturamento via pesquisas. A meta, claro, ficou pelo caminho. Ou melhor, as metas, já que recentemente a Apple anunciou já ter vendido 67 milhões de iPads.

O Google convocou o Capitão Óbvio para emitir comunicado dizendo que as informações e planos contidos nesses slides são antigos. É bem provável que, hoje, com o mercado inundado de smartphones Android e uma carta de serviços mais ampla e madura, diversos números e posições tenham se invertido nas tabelas e gráficos financeiros do Google. Para ver os demais slides que emergiram no julgamento, clique aqui. [The Verge (2)]

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