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Os problemas e os mitos dos livros digitais no Brasil

Essa semana aconteceu em São Paulo o 2º Congresso Internacional do Livro Digital para falar sobre as transformações do mercado editorial. Nele foram discutidas maneiras para que o acesso aos e-books cresça no Brasil e no mundo e os desafios a serem enfrentados. Karine Pansa, Presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) – entidade que promoveu […]

Essa semana aconteceu em São Paulo o 2º Congresso Internacional do Livro Digital para falar sobre as transformações do mercado editorial. Nele foram discutidas maneiras para que o acesso aos e-books cresça no Brasil e no mundo e os desafios a serem enfrentados.

Karine Pansa, Presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) – entidade que promoveu o evento–, ao discutir o tema tentou tirar o peso da mudança dos ombros das editoras e afirmou que as conexões de internet precisam se tornar mais rápidas e eficientes antes que as editoras e consumidores abracem os livros em formato digital. Segundo ela, “Se eu não tenho internet adequada, não consigo fazer com que o consumidor obtenha um livro de maneira fácil e fique satisfeito”.

Internet ruim? Vamos separar as coisas: A banda larga no Brasil tem sérios problemas, porém, não é um fator que faça tanta diferença no download de e-books. Os livros digitais, na maioria das vezes, têm menos do que um MB. São menores do que qualquer Angry Birds ou Talking Tom Cat da vida que você baixou enquanto estava preso em um engarrafamento. Um Megabyte mal chegava a assustar quem queria baixar algo – tipo músicas – na época de internet discada (talvez apenas pelo tamanho dos HDs na época), que dirá agora.

Vamos pegar o exemplo de um livro que é familiar para a maioria dos leitores do Giz: O Guia do Mochileiro das galáxias, o primeiro livro da série homônima de Douglas Adams. Tamanho? 208 páginas, 595KB na sua versão Kindle. Parece algo que mesmo na banda larga mais capenga irá “dificultar o acesso”?

Livros digitais de modo geral são pequenos, bem menores do que uma MP3 ou um app. Não dá para colocar isso como um fator que pese contra os tablets ou e-readers.

O que pesa realmente é o preço dos dispositivos para ler e-books, a falta de editoras brasileiras aderindo aos livros digitais, a pequena oferta de livros em PT-BR – ou a oferta com preços acima dos de papel – e um pouco de preconceito das pessoas acharem que não vão saber usar um tablet ou e-reader sem um manual de 500 páginas (em papel) ou um sobrinho-que-entende-desse-negócio-de-computador sempre ao lado.

Claro, existe ainda o apego aos livros de papel, o cheiro das folhas, o passar de página, os dedos cortados pela celulose, mas isso é apenas um argumento para a coexistência dos dois formatos, não necessariamente contra os e-books, porque esses também têm suas vantagens. [Terra]

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