Para prever potencial de protestos, Abin vai monitorar Facebook, Twitter, Instagram e… WhatsApp?

Com a onda de manifestações que atingem o país inteiro por motivos variados – desde aumento da tarifa de transporte público a protestos contra o dinheiro investido nos estádios da Copa do Mundo – a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) criou uma operação para monitorar a internet – Facebook, Twitter, Instagram e… WhatsApp? Segundo reportagem […]

Com a onda de manifestações que atingem o país inteiro por motivos variados – desde aumento da tarifa de transporte público a protestos contra o dinheiro investido nos estádios da Copa do Mundo – a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) criou uma operação para monitorar a internet – Facebook, Twitter, Instagram e… WhatsApp?

banner

Segundo reportagem do Estadão, oficiais da agência de inteligência foram deslocados pelo Governo Federal para detectar novas manifestações que sejam organizadas em redes sociais. Eles vão acompanhar a movimentação dos manifestantes para avaliar o potencial dos protestos – roteiro, tamanho, infiltração de grupos políticos e até financiamento dos eventos.

O monitoramento será feito através do mosaico, um sistema online de acompanhamento com cerca de 700 temas distribuídos em cores que definem o nível de gravidade de cada uma delas. Mas a ideia não é impedir as manifestações – muito pelo contrário, é saber quando começar a negociar:

No Planalto, segundo interlocutores de Dilma, a ideia é que, diante das demandas apresentadas, algumas tinham de começar a ser atendidas para que os manifestantes entendessem que sua voz, de fato, começa a ser ouvida. A redução da tarifas seria a primeira e isso ajudaria a arrefecer os ânimos, mas não a parar os protestos.

Esses mesmos auxiliares reconhecem que, como há muitos pleitos a serem atendidos, é preciso ampliar os canais de comunicação. Para esses interlocutores, o erro que levou o protesto a tomar grande proporção foi não ter havido negociação no início das manifestações.

O estranho nessa história é a inclusão do WhatsApp. Facebook, Twitter e Instagram são abertos – ou ao menos parte do conteúdo deles. Um evento de uma manifestação no Facebook está disponível para quem quiser ver onde será o ponto de partida, qual é o roteiro que está sendo discutido pelos participantes, quantas pessoas confirmaram a presença, quais serão as reivindicações. Mas esse não é o caso do WhatsApp – só você e as pessoas incluídas em uma conversa conseguem ler as mensagens que são trocadas.

Isso significa que o Governo Federal lê nossas mensagens? As empresas estão entregando nossos dados? Pouco provável. Mas é importante ressaltar como o poder de mobilização nas redes sociais enfim ganha força no Brasil. Deixamos de compartilhar apenas informações de fontes suspeitas e petições no Avaaz para finalmente usá-las para nos organizar. E se a ideia do monitoramento é para atender às exigências dos manifestantes (ou ao menos parte delas), e não reprimi-los, significa que estamos no caminho certo. [Estadão]

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas