Amazon muda política de devolução de e-books para barrar abusos

Prazo atual para se arrepender de uma compra é de 7 dias - brecha que é explorada além da conta por leitores mais espertinhos. Veja como vai funcionar
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Imagem: Unsplash/Reprodução

Usuários que costumam devolver livros recém-comprados na Amazon após lê-los rapidamente vão precisar mudar de estratégia. A empresa anunciou na última semana que está mudando a abordagem para o ressarcimento automático de compras de e-books.

De agora adiante, para receber seu dinheiro de volta, os usuários precisarão ter lido até 10% da obra. Suponhamos que você comprou um livro de 200 páginas, mas se arrependeu. A grana só voltará para sua conta se você não tiver passado da página 20.

Arrependidos que tiverem lido mais de 10% da obra até poderão tentar reaver seu investimento. Para a devolução ser computada, porém, a demanda precisará passar por uma análise interna da Amazon.

Como destaca o site Engadget, espera-se que a nova política de devolução comece a valer em algum momento até o final deste ano.

O novo sistema é um grande contraponto ao atual, que é baseado em tempo desde a compra. Até então, usuários podiam devolver em um prazo de até 7 dias — não importa o quanto tenham consumido a obra.

Leitores mais vorazes que não tinham tanta intenção de permanecer com uma cópia de um livro, podiam ler tudo rapidamente e se desfazer da compra. É um esquema que circulou em redes sociais como o TikTok nos últimos tempos.

O argumento para a mudança é que o esquema antigo não privilegiava os autores, que frequentemente acabavam perdendo seus ganhos graças a estornos. Como é muito fácil abusar dessa política pró-consumidor, leitores espertinhos acabam tirando vantagem mais do que deveriam. Era relativamente comum que autores tivessem que arcar com o ressarcimento mesmo após serem pagos pela Amazon — ficando no prejuízo.

“Leitores que tentarem abusar da política de devolução serão penalizados pelas políticas da Amazon” disse a The Authors Guild, associação de leitores que intermediou as negociações com a plataforma, em comunicado. Não foram especificadas quais exatamente serão essas penalizações.

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Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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