Smartwatches podem detectar a doença de Parkinson até sete anos antes do diagnóstico clínico. É o que afirma um estudo publicado na revista científica Nature sugere.
A pesquisa mostra que a tecnologia pode ser uma aliada para o diagnóstico precoce. Antes que se torne detectável pelos médicos, a doença já dá sinais sutis, que podem ser detectado.
No início da doença, as pessoas começam a escrever com letras cada vez menores. Antes mesmo de perceberem, eles seguram as teclas do celular por mais tempo quando enviam uma mensagem, mostra o levantamento.
O parkinson é é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita.
A doença ocorre por causa da degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra.
Como a pesquisa foi feita
O estudo é extenso e está em andamento desde 2006. As autoridades de saúde do Reino Unido acompanham dados sobre a saúde de meio milhão de pessoas com mais de 40 anos.
Cerca de 10 anos depois, 103.712 deles receberam smartwatches para registrar suas atividades por uma semana. Destes, 273 já tinham diagnóstico de parkinson.
Desde então, mais 196 foram diagnosticados com a doença. Os pesquisadores estão usando os dados oferecidos pelo acelerômetro dos relógios inteligentes nos dois grupos para identificar padrões para o diagnóstico precoce.
Pequenos sinais do parkinson
Os resultados deste trabalho mostram uma diminuição da mobilidade entre as 7 da manhã e as 12 da noite em pessoas que foram diagnosticadas com parkinson quando os relógios foram colocados.
A inteligência artificial utilizada no estudo foi capaz de diferenciar esse padrão das mais de 40 mil pessoas que usaram como grupo de controle
“Eles podem apresentar sintomas motores ou não motores sutis que muitas vezes passam despercebidos pela própria pessoa”, explicou ao site Euronews Cynthia Sandor, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Cardiff.
Entre os voluntários do estudo, quase 200 que foram diagnosticados em média 4 anos após o primeiro registro de seus movimentos pelo relógio. Em alguns casos, a detecção ocorreu até 7 anos antes.