Há 113 milhões de anos, um dinossauro com 4,5 metros de altura e quase 7 toneladas pisou no que é hoje um rio no estado do Texas, nos EUA. Suas pegadas formaram uma trilha no chão, que ficou submersa e preenchida por sedimentos, mantendo-se invisível para o público geral.
Uma onda de calor que atingiu o país nos últimos meses mudou essa história. O tempo quente e a falta de chuvas fez partes do rio secarem, revelando as marcas do período Cretáceo.
O corredor d’água cruza o Dinosaur Valley State Park, na cidade de Glen Rose. O local beirou um oceano antigo no passado, permitindo que os dinossauros deixassem pegadas na lama. O animal descrito no início do texto, por exemplo, pertencia ao gênero dos Acrocantossauros, um terópode carnívoro cujo nome significa “lagarto de espinhas altas”.
Embora o réptil tenha deixado uma das mais longas trilhas de pegadas já vista no mundo, ele não foi o maior dinossauro a caminhar pelo vale. Pesquisadores também identificaram marcações do Sauroposeidon, um saurópode que podia medir 18 metros de altura e pesar até 44 toneladas.
Mais de 60% do Texas enfrentou condições de seca na última semana. Porém, quando voltar a chover, as pegadas serão cobertas novamente. Isso é positivo para os registros fósseis, que ficarão protegidos do intemperismo natural e da erosão. O Dinosaur Valley State Park também deve continuar atuando para conservar as pegadas.
Não é a primeira vez que a seca nos EUA revela marcas do passado. Nos últimos meses, o Lago Mead, em Utah, caiu para cerca de 27% de sua capacidade, o que deu espaço a vários conjuntos de restos humanos.
Isso também aconteceu em outro continente. O rio Pó, na Itália, enfrentou uma queda em seus níveis de água durante a onda de calor que atingiu a Europa em julho. As mudanças climáticas acabaram revelando a pescadores uma bomba que datava da Segunda Guerra Mundial.