Pegadas impressionantes de dinossauros são encontradas na Inglaterra

Um rastro de pegadas de dinossauro bem preservadas foi descoberto em uma praia no sul da Inglaterra. Remontando ao período Cretáceo, as impressões ainda mostram vestígios de pele, escamas e garras. Paleontólogos da Universidade de Cambridge descobriram 85 pegadas de dinossauro de pelo menos sete espécies diferentes em uma praia em East Sussex, perto de […]
Duas grandes pegadas de Iguanodon, com impressões da pele e das garras. Imagem: Neil Davies.

Um rastro de pegadas de dinossauro bem preservadas foi descoberto em uma praia no sul da Inglaterra. Remontando ao período Cretáceo, as impressões ainda mostram vestígios de pele, escamas e garras.

Paleontólogos da Universidade de Cambridge descobriram 85 pegadas de dinossauro de pelo menos sete espécies diferentes em uma praia em East Sussex, perto de Hastings, na Inglaterra. Esta já é considerada “a coleção mais diversa e detalhada desses traços fósseis do Período Cretáceo encontrados no Reino Unido até hoje”, de acordo com um comunicado.

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As pegadas variam em tamanho, de 2 cm a quase 60 cm de diâmetro. Os pesquisadores, liderados por Anthony Shillito, estudante de doutorado do Departamento de Ciências da Terra de Cambridge, conseguiram identificar alguns dos dinossauros responsáveis pelas impressões, incluindo um Iguanodon, um Ankylosaurus, uma espécie de estegossauro e alguns saurópodes não identificados (herbívoros de pescoço longo e quatro patas). O nível de detalhe em algumas dessas impressões é verdadeiramente notável.

Pegada de algum tipo de terópode, um carnívoro de duas pernas. Imagem: Neil Davies

A descoberta dessas pegadas foi possível graças à erosão. Nos últimos quatro invernos, fortes tempestades atingiram a costa, fazendo com que os penhascos de arenito e de barro colapsassem, o que acabou por expor as pegadas que estavam dentro delas.

As camadas estratigráficas datam do período Cretáceo Inferior, entre 145 milhões e 100 milhões de anos atrás. Detalhes desta descoberta extraordinária foram publicados esta semana na revista científica Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.

Uma olhada mais de perto nas impressões de uma pegada de Iguanodon. Imagem: Neil Davies

Esta região do sul da Inglaterra é conhecida por produzir fósseis de dinossauros, incluindo o primeiro exemplo de tecido cerebral fossilizado, encontrado em 2016. Durante o século passado, no entanto, a área forneceu apenas a clássica pegada de dinossauro, e certamente nada nessa escala do que foi descoberto hoje.

As pegadas dos dinossauros são de grande valor para os cientistas, oferecendo vislumbres que os fósseis do corpo não fornecem, como evidências de tecidos moles, comportamento e uma noção de quais animais e plantas estavam vivendo no mesmo lugar ao mesmo tempo.

A área em que esses dinossauros em particular perambulavam provavelmente estava perto de uma fonte de água, de acordo com os cientistas. O local também continha traços de plantas e invertebrados fossilizados.

Uma pegada de anquilossauro, com impressões da pele e das garras. Imagem: Neil Davies

“Para preservar as pegadas, você precisa do tipo certo de ambiente”, disse o coautor do estudo, Neil Davies, em um comunicado. “O solo precisa ser ‘pegajoso’ o suficiente para que a pegada deixe uma marca, mas não tão molhada que ela acabe lavada. Você precisa desse equilíbrio para capturar e preservar.”

Ao que Shillito acrescentou: “Além da grande abundância e diversidade dessas pegadas, também vemos detalhes absolutamente incríveis. Você pode ver claramente a textura da pele e as escamas, assim como marcas de garras com quatro dedos, que são extremamente raras. Você pode ter alguma ideia de quais dinossauros tinham essas patas a partir da forma das impressões — compará-las com o que sabemos sobre pés de dinossauros de outros fósseis permite identificar as semelhanças importantes. Quando você também olha para pegadas de outros locais, pode começar a descobrir quais as espécies que eram as principais.”

Os paleontologistas de Cambridge estão tentando descobrir se esses dinossauros podem ter alterado os fluxos dos rios. Hoje, grandes mamíferos, como hipopótamos e vacas, criam pequenos canais conhecidos por desviar o fluxo de um rio. Os dinossauros, com seu enorme tamanho, talvez pudessem causar processos semelhantes. Essas pegadas recém-descobertas mostram indícios desse processo em ação, como marcas profundas onde moitas de plantas estavam crescendo e ao longo das margens dos canais do rio. Mais pesquisas serão necessárias para que isso seja oferecido como prova de que os dinossauros desviam os canais de água.

Uma visão das falésias onde as pegadas foram descobertas. Imagem: Neil Davies

Este pode ser o fim das explorações paleontológicas ao longo deste afloramento particular. A erosão tem sido tão intensa ao longo desta praia em East Sussex que as autoridades construíram defesas marítimas para retardar ou impedir os processos de erosão costeira. Como consequência, mais pistas deixadas pelas antigas criaturas permanecerão escondidas nas rochas — pelo menos por enquanto.

[Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology]

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