Ciência

Peixe raro que pode andar com as “mãos” é flagrado na Tasmânia

O raro peixe-mão-pintado se move usando barbatanas peitorais que parecem mãos. Existem apenas 3 mil espécimes do tipo no mundo

Um raro peixe que é conhecido por “andar com as mãos” foi localizado por cientistas australianos do Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO). O animal foi fotografado durante uma expedição na Tasmânia e as imagens curiosas chamam atenção.

O bicho é da espécie peixe-mão-pintado (Brachionichthys hirsutus) e acha-se em pouca quantidade na natureza. Atualmente, existem menos de 3 mil peixes-mão-pintados nos oceanos. Muitos biólogos e fotógrafos viajam o mundo para tentar encontrá-los e vê-los de perto.

Esse foi o caso da técnica de pesquisa Carlie Devine. “Eu realmente esperava achar um peixe-mão em águas profundas em nossas câmeras durante essa viagem. Encontrar um tão cedo na viagem foi incrível”, relata.

O peixe-mão-pintado se move usando barbatanas peitorais que parecem mãos. Por isso, dá a impressão de que ele está caminhando. Além disso, sua coloração também é curiosa.

O corpo do peixe normalmente apresenta uma coloração creme com manchas marrom-escuras ou alaranjadas. Essa cor se mistura com o fundo arenoso, tornando o animal ainda mais difícil de ser visto.

Longa pesquisa

A viagem na qual o peixe foi fotografado  durou um mês e repetiu um levantamento das águas marinhas do sudeste da Austrália realizado há 25 anos. A jornada partiu de Hobart e viajou para a costa sul de Nova Gales do Sul.

Estima-se que existam apenas 3 mil peixes desta espécie no mundo. Imagem: CSIRO/Reprodução

Como resultado, a equipe que fotografou o peixe, tentava determinar como o clima está afetando os parques marinhos e a pesca. Isso porque as águas marinhas do sudeste da Austrália estão aquecendo quatro vezes mais do que a média global.

Esse ecossistema marinho foi pesquisado pela última vez em 1990. Durante a viagem, o grupo encontrou ainda a espécie de sapo marinho Chaunax fimbriatus e capturou peixes cavala e outros pequenos animais de mar aberto.

Logo após a viagem, os cientistas vão analisar os dados para entender como as mudanças climáticas têm afetado a região. Novas expedições estão previstas para 2024 e 2025.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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