Segundo uma lenda japonesa, avistar um peixe-remo (Regalecus glesne) indica que algo ruim vai acontecer. A crença é tão difundida e específica que até mesmo dita quais os tipos de eventos ruins o mau presságio anuncia. Em geral, desastres naturais: terremotos e tsunamis.
Lenda associa peixe-remo ao terremoto em Taiwan
Coincidentemente, dois peixes-remos foram encontrados na Ásia em 2024. Agora, na manhã desta quarta-feira (3), o Taiwan enfrentou um forte terremoto. O evento de magnitude 7,4 deixou nove pessoas mortas e mais de 900 feridas no país insular asiático.
O primeiro peixe-remo que apareceu próximo à Ásia surgiu na região de Satun, na Tailândia, no início de janeiro. No total, ele tinha cerca de 2,4 metros de comprimento.
Já o segundo peixe-remo apareceu em meados de fevereiro no Mar de Andaman, que banha o litoral da ilha tailandesa de Phuket. Dessa vez, o animal tinha aproximadamente 2,85 metros de comprimento e pesava 8,6 quilos. Em ambos os casos, os peixes estavam mortos.
Entenda a fábula japonesa
Em geral, o peixe-remo é um animal marinho gigante, que pode chegar a até 11 metros de comprimento. Além de seu tamanho, outra característica “assustadora” da espécie é o fato de seus representantes viverem nas profundezas do oceano.
Por isso, é difícil que os peixes-remo sejam vistos por pessoas. Assim, quando aparecem na superfície, a população local imagina que algo não está certo.
Para os japoneses, a ideia se explica pelo movimento das placas tectônicas. Eles acreditam que, quando elas se mexem, os peixes-remo conseguem sentir os tremores das profundezas do mar. Então, assustados, partem para as águas mais rasas.
Dessa forma, a lenda se consolidou como um mau presságio, que indica o movimento das placas tectônicas e, consequentemente, a possibilidade de um terremoto ou de um tsunami a caminho.
Assim, para muitos, a crença foi comprovada com os tremores de Tohoku que aconteceram no Japão em 2011. O evento foi um dos terremotos mais fortes já registrados e, naquele período, pelo menos 12 peixes-remo foram encontrados em praias do país.
Contudo, não há evidências científicas de que isso seja verdade. Portanto, é apenas uma coincidência o que aconteceu no Taiwan. De acordo com o Instituto Geofísico do Equador, o mito não tem conexão com a realidade.