_Ciência

Pele de cadáver pode ajudar a curar ferimentos

A derme decelularizada de cadáveres pode ser um meio eficiente de tratar feridas agudas

Cientistas têm um  promissor e ligeiramente horroroso tratamento para feridas: pele de cadáveres humanos, despojada de suas células. Parece estranho? Espera que eu explico.

Transplantes de órgãos são fáceis de compreender; pegue o órgão inteiro e coloque-o em um novo corpo. Mas há várias estruturas como ligamentos, cartilagem, a traquéia, que são feitos principalmente de proteínas. Tire as células vivas e você ainda tem uma matriz proteica. As células da pele também são mantidas juntas por um andaime de proteínas, e esta matriz extracelular pode ser isolada e usada para tratar ferimentos.

Em um estudo publicado na PLoS ONE, pesquisadores tiraram a pele de um cadáver e removeram todas as células usando detergentes e enzimas. (Livrar-se de todas as células também significa evitar rejeição pelo sistema imunológico do paciente.) Esta matriz extracelular foi, então, colocada sobre as feridas de 50 bravos voluntários. Charles Q. Choi, do LiveScience, explica:

Os cientistas retiraram quatro discos de pele, cada um com cerca de 0,2 polegadas (5 milímetros) de largura, de 50 voluntários saudáveis. Para cada voluntário, um local de ferida foi deixado, outro tinha a pele removida inserida de volta, outro foi tratado com um substituto de pele artificial, e o último foi tratado com derme decelularizada.

Os pesquisadores descobriram que a derme decelularizada causava os melhores resultados no crescimento de novos vasos sanguíneos. O tecido da pele que cresceu da derme decelularizada também tinha força e outras propriedades comparáveis à da pele normal.

A pele sem células já é usada para tratar feridas crônicas, que não cicatrizam, mas este novo estudo mostra que ela também é eficaz no tratamento de ferimentos graves. As proteínas da pele natural promovem a cura e o crescimento de novos vasos sanguíneos. Apesar de todos os avanços na área da pele artificial, ela simplesmente não é tão boa quanto a real. [LiveScience, PLoS ONE]

Imagem: MJTH/shutterstock

 

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