No último sábado (8), o foguete da SpaceX — do bilionário Elon Musk — lançou em órbita dois satélites da empresa de telecomunicações Intelsat. A decolagem foi registrada pelo fotógrafo Nicholas D’Alessandro, que captou a incrível imagem que ilustra esta matéria – com o foguete cruzando o disco lunar.
O sucesso desse lançamento é acompanhado de boas e más notícias para Musk.
Em primeiro lugar, ele é considerado um bom negócio para a SpaceX, pois prevê uma integração dos serviços oferecidos pelos satélites geoestacionários da Intelsat, com os que estão em órbita baixa da Starlink.
Segundo apontou o site SpaceNews, clientes governamentais e militares da Intelsat ao redor do mundo poderão contar em breve com um plano que também oferece o serviço de internet e celular via Starlink.
O acordo prevê, ainda, a compra pela Intelsat de terminais da Starlink para revenda para seus clientes, criando uma plataforma mais completa de conectividade. Isso é considerado uma boa notícia para Musk, pois ajuda a custear os planos de expansão mundial da rede Starlink.
Contudo, não é só de boas notícias que vive o magnata. Musk afirma que o governo de Pequim recusou a oferta do serviço da Starlink em território chinês. Inclusive, ele diz que autoridades chinesas o procuraram diretamente para cobrar garantias de que isso não acontecesse.
A preocupação dos chineses surge após a SpaceX disponibilizar o acesso da Starlink para os iranianos. Como a conexão via satélite não depende de provedores de serviços convencionais, o serviço na China seria uma forma de contornar o controle e censura que o país tem sobre suas redes de telecomunicações.
Além disso, vale lembrar que, no final do ano passado, o governo da China fez uma reclamação formal na ONU contra a SpaceX, alegando que a Estação Espacial Chinesa Tiangong precisou desviar dos satélites da Starlink para evitar uma potencial colisão. Os incidentes teriam acontecido em julho e outubro de 2021.
Ainda não está claro se Elon Musk concordou com o pedido chinês, mas, conforme apontou o The Verge, o bilionário tem se alinhado com o governo chinês. Inclusive, ele escreve uma coluna para uma revista administrada pela agência de censura da internet no país.
Vale ressaltar que essa aproximação é motivada pelos negócios. A Tesla mantém uma fábrica em Xangai, com a empresa vendendo mais de 80 mil carros no mercado chinês. Mesmo assim, a Starlink continua a ser não ser bem-vinda no gigante asiático.