Além de ser relaxante para muitas pessoas, o som do mar agora ajuda a aumentar a conscientização sobre o crescimento da poluição marinha. Nesta quarta-feira (10), o percussionista Colin Malloy, da Ocean Network Canada, que transforma dados dos oceanos em solos de música, vai apresentar seu método em um encontro da ASA (Acoustical Society of America), em Chicago, nos EUA.
Formado em matemática, ciência da computação e música, Malloy acredita que a arte e a ciência estão conectadas. “Há muita arte na ciência e muita ciência na arte – mais do que a maioria das pessoas percebe em qualquer direção”, disse.
A expectativa de Malloy é que sua música desperte a reflexão nas pessoas de uma forma diferente. Segundo ele, “a arte ajuda as pessoas a digerir informações em um nível emocional que a comunicação científica típica não consegue”.
“Espero que ao ouvir estas peças, as pessoas as usem como um espaço para refletir sobre o que cada peça está tentando retratar. Por fim, gostaria que eles ajudassem a criar consciência sobre as várias questões que envolvem os oceanos”, declarou.
Mas como ele transforma dados dos oceanos em música?
A técnica do artista une o som de microfones subaquáticos (hidrofones) a elementos inspirados em dados oceânicos, como temperatura, acidez e oxigenação.
Em “Oil & Water“, por exemplo, Malloy toca uma melodia de tambores de aço com ruídos que representam a produção de petróleo nos últimos 120 anos. As interjeições aumentam com o passar da música, simbolizando o aumento da produção ao longo do século. Então, perto do final do vídeo, ele usa dados de consumo de petróleo como oscilador de um sintetizador.
A Ocean Network Canada, organização da qual o percussionista faz parte, oferece um programa de residência artística que recruta artistas e cientistas para trabalharem juntos, aprendendo e ensinando mutuamente sobre comunicação, conexão e ciência. No processo, eles participam de pesquisas e se conectam a um público cultural maior.
Mais apresentações do músico estão disponíveis no YouTube. Você pode assistir ao vídeo de “Oil & Water”, abaixo: