Uma equipe de pesquisadores, incluindo cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriram uma espécie ancestral de molusco que viveu há mais de 500 milhões de anos. Os pesquisadores publicaram o estudo na última quinta-feira (1), detalhando a nova espécie, classificada como Shishania aculeata.
O fóssil da espécie ancestral de molusco foi descoberto na Província de Yunnan, no Sul da China. De acordo com os pesquisadores, o fóssil data de 514 milhões de anos atrás e mostra que os moluscos primitivos tinham características diferentes. Além de não ter concha, esse molusco era coberto por uma camada protetora de quitina — presente em caranguejos, insetos e alguns fungos de hoje em dia.
Além disso, de acordo com o estudo, esse ancestral do molusco tinha poucos centímetros e não havia cobertura na parte inferior do seu corpo, com os pés parecendo os de lesmas para se mover no fundo do mar.
Os pesquisadores indicam que ausência de concha sugere que essa espécie ancestral é um dos primeiros estágios evolutivos dos moluscos. Atualmente, existem várias espécies de moluscos, caracóis, mexilhões, lulas e polvos. Essa diversidade surgiu rapidamente durante a Explosão Cambriana, um período de grande mudança evolutiva.
Contudo, devido a essa rápida evolução, há poucos fósseis que mostram o desenvolvimento inicial dos moluscos.
Luke Parry, co-autor do estudo, destaca que um dos maiores desafios da biologia evolutiva é descobrir o ancestral comum de espécies tão diferentes. Portanto, o ancestral de molusco que os pesquisadores encontram pode ser a chave para entender os ancestrais dos moluscos.
Análises microscópicas revelaram detalhes do corpo desse molusco, indicando canais espinhais que criavam células para fortalecer a camada de proteção da parte superior do corpo.