Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA, estão pesquisando o uso de uma “pílula do dia seguinte” voltada para IST’s (infecções sexualmente transmissíveis).
Segundo estudo publicado no The New England Journal of Medicine, pacientes que tomaram um único comprimido dentro de 72 horas após a relação sexual tiveram apenas um terço de probabilidade de contrair clamídia, gonorreia ou sífilis quando comparados àqueles que não receberam o medicamento.
O produto não é inédito. Estamos falando de um comprimido de 200 miligramas do antibiótico doxiciclina, indicado para o combate a infecções. Cientistas testaram o chamado doxyPEP pela primeira vez nos EUA em 2011 e 2012. Na época, ele apresentou redução de casos de HIV positivo em homens.
No novo estudo, os cientistas utilizaram os dados passados e também fizeram novos ensaios clínicos. Nestes, participaram homens gays e bissexuais, mulheres transgênero e pessoas não binárias designadas como homens no nascimento. Todos os participantes haviam recebido um diagnóstico de IST no ano anterior.
Segundo o estudo, a pílula foi capaz de reduzir a incidência combinada de três principais IST’s em cerca de dois terços dos 501 homens analisados que viviam com HIV ou tomavam PrEP para HIV.
As autoridades ainda não indicam o uso do medicamento para a profilaxia de IST’s. No entanto, alguns médicos já prescrevem doxyPEP de forma off-label, pois o FDA aprovou o medicamento décadas atrás para tratar uma série de infecções.
O novo estudo não explorou a fundo a possibilidade da administração rotineira do medicamento provocar resistência entre as bactérias que causam IST’s. De toda forma, ele aponta uma maneira de se proteger do problema posteriormente, atuando, por exemplo, após o rompimento de preservativos.