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Nos EUA, polícia testa um “Google Earth” ao vivo para monitorar crimes assim que eles ocorrem

No ano passado, na cidade de Compton, Califórnia (EUA), a polícia local começou a testar um sistema que permitia observar cada carro e pessoa em tempo real conforme eles se moviam pela cidade. Cada assalto, cada bolsa roubada, cada carro em alta velocidade poderia ser registrado – e isso graças a uma empresa de Ohio […]

No ano passado, na cidade de Compton, Califórnia (EUA), a polícia local começou a testar um sistema que permitia observar cada carro e pessoa em tempo real conforme eles se moviam pela cidade. Cada assalto, cada bolsa roubada, cada carro em alta velocidade poderia ser registrado – e isso graças a uma empresa de Ohio que monitora as cidades do céu. Pode até ser incrível, mas também é bastante assustador.

O Center for Investigative Reporting deu uma olhada em algumas tecnologias emergentes de vigilância em um vídeo, mas esta em particular se destaca: um sistema de vigilância de área ampla criado por Ross McNutt, um veterano das Forças Aéreas dos EUA aposentado que comanda uma empresa chamada Persistent Surveillance Systems (PSS).

McNutt descreve seu produto como “uma versão ao vivo do Google Earth com capacidades de TiVo”, o que é intrigante e ao mesmo tempo vago (e parece muito com o enredo deste terrível filme com Denzel Washington). Para ser mais específico, a PSS controla aviões com uma série de câmeras em alta resolução que permitem ao piloto gravar áreas de cerca de 60 km² da Terra constantemente, por até seis horas.

É mais ou menos o que um satélite comum consegue fazer. Mas, neste caso, é possível rebobinar o vídeo, dar zoom e seguir pessoas e carros específicos conforme eles se movem pelo mapa. Não é específico o suficiente para identificar pessoas pelo rosto, mas, quando usado em conjunto com câmeras de segurança e outras fontes de vídeo no chão, ajuda na identificação de suspeitos que deixam a cena de um crime.

O sistema da PSS foi testado em outras cidades dos EUA também, e, no ano passado, agentes de polícia de Compton o usaram para rastrear crimes, incluindo roubo de colares. Em um caso, eles conseguiram detectar um criminoso quando ele se aproximava de uma mulher, agarrava as suas jóias, e então fugia em direção de um carro de fuga. Ele – e o carro – acabou saindo da área monitorada, o que significa que acabou não sendo capturado – mas, como a polícia de Compton explicou em um vídeo, o sistema disse a eles que aquele carro em particular estava envolvido no crime, ao menos.

Muitos criticam a tecnologia, e dizem que ela é uma enorme invasão de privacidade. E de fato dá essa impressão. Vigilância em vídeo livre de qualquer barreira tecnológica que consegue rastrear qualquer um e qualquer coisa que se mova por uma cidade é assustador. Mas a polícia e os criadores do sistema argumentam que não é bem assim. Eles dizem que este não é tão invasivo como outros sistemas por não conseguir ver dentro de casas, nem identificar rostos. Ele “permite oferecer mais segurança com menos perda de privacidade do que outras opções disponíveis por aí”, explica um policial. Bem, não deixa de ser uma forma de entender o sistema.

Você pode conferir o vídeo completo com as tecnologias de vigilância aqui – ele está em inglês e tem 27 minutos. [Center for Investigative Reporting]

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