Ponto de congelamento da água é o mais alto em 69 anos; veja detalhes

Nunca foi preciso ir tão alto para que a temperatura do ar chegasse a 0°C; situação reflete mudanças climáticas e deixa OMM em alerta
Ponto de congelamento da água é o mais alto em 69 anos; veja detalhes
Imagem: ONU/Eskinder Debebe/ Reprodução

Segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial), as altas temperaturas do verão do hemisfério norte alcançaram novos patamares. Além das ondas de calor e dos incêndios que têm acontecido, o fenômeno também trouxe mudanças em outro aspecto: o ponto de congelamento.

whatsapp invite banner

O ponto em que a água congela na atmosfera, nível de congelamento ou isoterma de zero graus é a altura na qual a temperatura do ar chega a 0°C e a água passa do estado líquido para o sólido. Nesta semana, ele atingiu 5.298 metros de altitude em relação ao nível do mar.

Desde quando a medição do ponto de congelamento começou a ser feita, em 1954, não era preciso subir tão alto para alcançar os 0°C.

A radiossondagem de Payerne na noite de 20 a 21 de agosto de 2023 mediu a isoterma de 0°C em 5298 m, o que é um recorde desde o início das medições em 1954. A anterior #record datava apenas de 25 de julho de 2023. ano com 5184m. #meteosuisse #canicule

A informação preocupa porque o recorde supera em 115 metros o registro anterior, de julho de 2022. O número também ultrapassa a altura dos picos mais altos da Europa, incluindo o Mont Blanc, que tem 4.811 metros de altitude.

O continente europeu já registrou no ano passado a maior perda de gelo desde que os registros começaram. O aumento do ponto de congelamento coloca a OMM em alerta sobre a região – sistemas de alto risco de nível três ou vermelho foram ativados.

O risco dos glaciares

Temperaturas mais altas que o comum e a descaracterização das estações do ano tem causado prejuízos às regiões de glaciares. E não só no extremo norte do planeta – no sul também.

Em setembro de 2022, uma geleira suspensa se rompeu em um parque na Patagônia, no Sul do Chile. Já na Oceania, a cada ano os glaciares da Nova Zelândia também têm derretido de maneira surpreendente.

Neste ano, o inverno do hemisfério sul registrou temperaturas recorde. E, ao que tudo indica, as ondas de calor devem continuar ainda mais longas.

Embora diversos fatores influenciem o clima, as mudanças climáticas intensificam cada vez mais eventos extremos. Sem as consequências da ação humana que levam ao aquecimento do planeta, altas temperaturas teriam ocorrido uma vez a cada dez anos. Já sob a influência das mudanças climáticas, elas são hoje três vezes mais frequentes.

Assine a newsletter do Giz Brasil

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas