Por dentro do maior billboard de LED do mundo
Em uma empoeirada despensa na Times Square, 1, um terminal de computador conectado a vários servidores Ethernet, estruturas RAID e monitores roda humildemente o maior quadro de LEDs do mundo. A tela de três lados e cerca de 1.580 metros quadrados foi inaugurada na semana passada, com a abertura de uma unidade da farmácia Walgreens. Fui conferir como o negócio funciona.
Cada lado da placa, projetada pela D3 LED, requer um RAID de 48 drives enviando dados a uma taxa de 3,2 GB/s para um PC customizado. De lá, os dados passam por placas gráficas e múltiplos pipes de DVI, que os conduzem a seis pixels splitters de DVI (conhecidos como Spyders). Os splitters pegam os vídeos em uma resolução específica e fazem o upscaling para o tamanho necessário para o display. Após os dados serem tratados e formatados para o quadro, são enviados via Ethernet a 4 Gbps para um dos mais de 12.000 módulos de display que formam o gigantesco billboard.
Cada módulo é um minicomputador, completo com endereço MAC, portas redundantes Ethernet de 4 gigabits, fonte de alimentação e uma ventoinha. Cada painel pode reportar todos os tipos de estatísticas vitais, o que inclui a temperatura. Se há um problema, o próprio painel informa o computador principal para fáceis diagnóstico e reparo de erros. (Como um bom comunista, ele também pode reportar problemas com seus vizinhos.) A maioria dos eletrônicos pode ser acessada por dentro – reparos perigosos em andaimes suspensos na Times Square são coisas do passado.
Os módulos são divididos por três seções – grades de baixa, média e alta resolução, baseadas na distância em relação à rua. (Pra que gastar pixels para objetos lá no alto?) O topo, como você provavelmente adivinhou, tem os maiores pixels, com 24 mm, enquanto os do meio têm 12 mm, e os de baixo, 10 mm.
Os animadores se deparam com um duro desafio ao criar conteúdo para a placa, pois precisam considerar os diferentes tamanhos do display para que a animação apareça com coesão por todas as seções. Para ajudar os animadores, a D3 LED fez uma cópia virtual dele com 10.000 pixels de altura por 4.000 pixels de largura, o equivalente a 43 megapixels – 20 vezes a resolução da alta definição (HD). Eles usam um modelo do Adobe After Effects para ajudar a coordenar a disposição das animações na tela de formato diagonal.
Um anúncio de 30 segundos no billboard requer incríveis 150 GB de dados transferidos pelo sistema. Mas antes que você possa acusá-los, a D3 e a Walgreens asseguram que não estão consumindo toda a energia de Nova York. Com a conta de luz na cabeça, o projeto incluiu uma redução de fiação de cobre desnecessária (mais de 90 mil metros) e um aumento de voltagem para uma potência mais eficiente. Eles também montaram um auto-regulador de iluminação (algo presente em muitos laptops) que ajusta a luminosidade dos LEDs baseado na luz do ambiente externo.
O quadro da Walgreens é um testemunho complexo e fascinante do poder absoluto das telas de LED. Embora a maioria das pessoas que moram em Nova York evite a Times Square exatamente por causa de coisas como essa, turistas sem dúvida irão aos bandos ao centro para observar a placa de perto, ainda que ela possa ser vista de lugares tão distantes quanto o Bryant Park e o Port Authority. Por enquanto, é algo que até este semi-exausto residente da NYC consegue apreciar.