Por que é tão difícil prever terremotos
Nossos amigos americanos foram atingidos hoje por um terremoto de magnitude 5,9, principalmente em Washington e Nova York. Em 14 de março, a New Scientist explicava por que é tão difícil prever terremotos, como os sismólogos tentaram prever no passado, e quais promessas podem aumentar as chances de sucesso no futuro.
É possível prever terremotos?
Não –pelo menos não a ponto de podermos dar um aviso adiantado em um horário específico para uma localização específica que permita evacuação. No entanto, a maioria dos tremores ocorre em locais previsíveis, as conhecidas zonas de falhas, como pudemos ver no megaevento ocorrido no Japão.
Quão perto nós estamos de prever terremotos?
Em locais com um histórico de altas taxas de atividade, a chance de um tremor surgir em um período futuro de algumas décadas pode ser bem alta. “Nós temos testes que dizem que no sul da Califórnia, pelos próximos trintas anos, a chance de termos um terremoto de magnitude 7,5 ou maior é de 38%”, diz Thomas Jordan, diretor do Centro de Terremotos da Carolina do Sul e membro do Collaboratory for the Study of Earthquake Predictability. Se os mesmos modelos forem usados para calcular as chances de um terremoto no local na próxima semana, a precisão cai para 0,02%, diz Jordan.
Por que os terremotos mais violentos são tão difíceis de prever?
Previsões confiáveis requerem precursores — algum tipo de sinal da terra que indique que um grande temor está chegando. O sinal tem que surgir apenas antes de grandes terremotos e tem que ocorrer antes de todos os grandes terremotos. No momento, os sismólogos falharam em encontrar esses precursores — se é que eles existem.
Quais tipos de sinais os sismólogos consideram na hora de prever grandes terremotos?
Uma grande gama de potenciais sinais vêm sendo estudados, como o crescimento de concentração de gás radão, mudanças na atividade eletromagnética, abalos precursores que sinalizam a chegada de um maior, mudança ou deformação da superfície da Terra, mudanças geoquímicas na água — e até mesmo atividades incomuns de animais nos momentos que precedem um grande tremor.
Algum desses estudos já funcionou?
Para cada um dos sinais listados acima, nós temos evidências que podem significar a chegada de um grande terremoto. Infelizmente, as irregularidades também ocorrem mesmo sem a chegada de um terremoto.
“Quando você coloca todo o peso do rigor estatístico nos sinais, nada se mantém”, diz Susan Hough, geofísica do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena.
Que soluções prometidas podem nos levar à previsão ideal no futuro?
Vários pesquisadores continuam analisando as mudanças nos sinais eletromagnéticos que precedem grandes abalos. O estudo é apoiado pelo trabalho de Friedemann Freund, do Centro de Pesquisa Ames, da NASA, na Califórnia. Freund mostrou que comprimir uma rocha pode causar a deformação de cargas elétricas positivas na Terra, que pode sinalizar sinais eletromagnéticos incomuns causados por um terremoto.
Foto: Ishinomaki, no Japão, um dia após o tsunami, via NY Times
A New Scientist reporta, explora e interpreta os resultados das buscas humanas no contexto social e cultural, oferecendo cobertura compreensível sobre ciência e tecnologia.