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Por que esta saboneteira não reconhece peles negras?

Um funcionário do Facebook da Nigéria compartilhou o vídeo de uma pequena inconveniência, a qual ele afirma dizer muito sobre os problemas de diversidade da empresa. No vídeo, um homem branco e um homem negro tentam uma saboneteira automática, cuja ativação é feita ao colocar a palma da mão embaixo dela. O aparelho automático despeja […]

Um funcionário do Facebook da Nigéria compartilhou o vídeo de uma pequena inconveniência, a qual ele afirma dizer muito sobre os problemas de diversidade da empresa. No vídeo, um homem branco e um homem negro tentam uma saboneteira automática, cuja ativação é feita ao colocar a palma da mão embaixo dela. O aparelho automático despeja sabonete para o homem branco, mas não para o homem negro. Depois de algumas risadas ao fundo, é possível até ouvir alguém dizer “negro demais!”.

https://twitter.com/nke_ise/status/897756900753891328

É bem provável que a saboneteira use um sensor óptico para detectar quando uma mão é colocada embaixo dela. Enquanto sensores mais avançados não encontram problemas em detectar peles negras, os mais baratos (como o do vídeo) tem certas dificuldades. Bharat Vasan, o diretor de operações da Basis Science, explica ao CNET como estes aparelhos não são construídos pensados em pessoas negras:

“A luz precisa penetrar por várias camadas… então, quanto mais alta a pessoa estiver na escala de Fitzpatrick (uma escala para medir o tom de pele), maior a dificuldade da luz ser rebatida”, diz. “Para alguém muito pálido em ambientes muito iluminados, a luz pode se perder. O problema com tons de pele é algo que pode ser compensado pela tecnologia. Quanto mais escura a pele, mais a luz brilhará, quanto mais clara, menos”.

Apesar da saboneteira ser um exemplo muito mais simples, o mesmo problema já foi documentado em wearables, como fitness trackers e monitores de batimentos cardíacos, que apresentam consequências muito piores. Desigualdade na área de saúde para pessoas de cor é algo muito bem registrado. E apesar das fabricantes de wearables não sugerirem que são substitutos de profissionais da saúde, não deixa de ser problemático que pessoas que corram riscos de adquirir doenças do coração ainda tenham dificuldades em monitorar as próprias condições.

Um usuário do MI Band 2 da Xiaomi explica que o dispositivo detecta seus batimentos pelo dedo, mas não pelo pulso. (Imagem: miui.com)

Na postagem original do vídeo, o autor, Chukwuemeka Afigbo, hipotetizou que “ter um negro no time de produção teria resultado num produto melhor”. E, definitivamente, testá-lo com vários tons de pele teria pelo menos alertado sobre a questão. Reconhecer tons de pele é um problema presente na tecnologia que, dado a indefensável homogeneidade da indústria, ainda é ignorado.

Imagem de topo: captura de tela/Chukwuemeka Afigbo

 

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