O pinguim-gentoo é a terceira maior espécie de pinguim do mundo. Com até 95 centímetros de altura e 8,5 kg, eles só ficam atrás do pinguim-imperador e do pinguim-rei. Mas, quando o assunto é velocidade embaixo d’água, eles ocupam o primeiro lugar do pódio – acima de todas as aves que mergulham.
Estes pinguins habitam a Antártida e muitas ilhas ao redor, e se alimentam de pequenos peixes, cefalópodes, krill e outros crustáceos. Para isso, eles mergulham a profundidades de 170 a 200 metros, atingindo a velocidade de 36km/h. Como eles conseguem? O segredo da habilidade, segundo um novo estudo, está em características especiais de suas asas.
Como foi o estudo dos pinguins
Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, desenvolveram um modelo computacional para investigar a hidrodinâmica do nado do pinguim-gentoo. E explorar as forças e estruturas de fluxo criadas pelas asas destes bichinhos preto-e-branco.
Eles determinaram que o embandeiramento – a ação de variar o ângulo das asas para reduzir a resistência da água – é o principal fator por trás da geração de impulso pelos pinguins. A equipe publicou suas descobertas este mês na revista científica Physics of Fluids.
“A habilidade de natação dos pinguins para começar a nadar e frear, acelerar e desacelerar ou virar rapidamente se deve a suas asas que ondulam livremente”, disse Prasert Prapamonthon, do KMIT Ladkrabang (Tailândia), em comunicado. “Elas permitem que os pinguins se movimentem e manobrem na água, mas mantenham o equilíbrio em terra.”
As asas (ou nadadeiras) do pinguim-gentoo são mais curtas e planas do que as asas de aves voadoras com tamanho similar. O que torna a locomoção embaixo d’água mais eficiente. Eles ainda têm penas densas e curtas que podem prender o ar entre a pele e a água para reduzir o atrito e a turbulência durante o nado.
Os pesquisadores investigaram o movimento das asas entre espécies de aves nadadoras usando a razão entre a velocidade com que um animal bate suas asas (ou nadadeiras) e sua velocidade de locomoção. O modelo recebia informações sobre o movimento das nadadeiras, incluindo amplitude, frequência e direção, e os parâmetros da água, como viscosidade.
A equipe planeja criar um modelo de pinguim 3D para continuar a investigação no futuro, incluindo giros e saltos para dentro e fora da água.