Por que nossas axilas cheiram mal?
Por que as nossas axilas cheiram mal? Bom, basicamente porque milhões de bactérias vivem por lá.
Suor e odor
Existem dois tipos universalmente aceitos de glândulas sudoríparas.
Glândulas écrinas
As glândulas sudoríparas écrinas são encontradas na maior parte do corpo humano e secretam o suor, que é “uma solução eletrolítica diluída estéril que contém principalmente cloreto de sódio (NaCl), potássio e bicarbonato”.
A maior parte das pessoas sabe por que as glândulas écrinas produzem suor: “A secreção contínua fornece um mecanismo que auxilia na termorregulação via perda de calor por evaporação e na manutenção do balanço eletrolítico.”
Glândulas apócrinas
Esse tipo de glândula fica nos lugares do corpo que têm pelos, como as axilas e a região genital. Perto da superfície da pele, dentro do folículo capilar, as glândulas apócrinas secretam “um líquido leitoso, que costuma aparecer quando você está sob estresse emocional. Esse líquido é inodoro.”
Apesar da sua falta de cheiro, “o suor advindo das glândulas apócrinas é rico em precursores de substâncias odoríferas (colesterol, triglicérides, ácidos graxos, esqualeno). Esse suor também contém andrógenos, carboidratos, amônia e compostos férricos.
Além disso, essas glândulas produzem feromônios, os “sinais químicos que instigam respostas comportamentais como a atração sexual”.
O que acontece nas suas axilas
Neste exato momento há cerca de 100.000.000.000.000 (cem trilhões) de bactérias vivendo no seu corpo. E algumas delas eventualmente decidirão fazer um passeio pelo banquete que é a sua axila, onde moram um milhão de bactérias em cada centímetro quadrado.
Junto com tudo aquilo que já mencionamos, os mais notáveis fedorentos que moram nas axilas são a Corynebacterium, a Staphylococcus, a Micrococcus e a Propionibacterium. Dependendo do composto químico que elas comem, vários odores ofensivos podem ser produzidos: “As moléculas que contêm enxofre são as piores, e dão às axilas seu característico e nauseante cheiro de cebola. Enquanto isso, outras bactérias produzem um cheiro que se assemelha ao do cominho. Dois feromônios, o androstenol, com odor almiscarado, e a androstenona também podem contribuir. Por fim, o ácido isolavérico envia aquele cheirinho de queijo, ajudado pelo ácido propriônico.
Cada ser humano tem seu próprio cheiro
Pesquisadores determinaram que alguns mamíferos têm cheiros individuais: “o tipo de odor de um indivíduo é determinado em parte pelos genes do complexo de histocompatibilidade (MHC), que tem um papel importante no sistema imunológico”.
Atuando como um “crachá olfativo”, a fragrância única de um indivíduo ajuda a identificá-lo e, aparentemente, ela não pode ser mudada, não importa quanto alho a pessoa coma. “Em testes comportamentais, ratos “sensores” foram treinados para usar seu olfato e escolher entre pares de ratos que tinham genes do MHC diferentes ou uma dieta diferenciada. Os resultados indicam que os tipos de odor geneticamente determinados persistiram independentemente daquilo que os ratos comeram, embora as mudanças na dieta influenciem fortemente o perfil de odor de cada camundongo. Tanto os ratos que sentiam o cheiro quanto a análise química ainda podiam detectar os odores genéticos subjacentes mesmo quando as mudanças de cheiro por conta de alimentação eram grandes. O autor do estudo conclui que: “Se isso puder ser demonstrado no caso dos humanos, poderão ser desenvolvidos equipamentos que detectem as marcas individuais de odor de cada ser humano”.
Pesquisas posteriores exploraram até que ponto as doenças deixam cheiros nos corpos das pessoas, aproveitando o virtuosismo olfativo dos nossos amigos caninos: “Um pastor belga foi treinado para cheirar e reconhecer a urina de pessoas que tinham câncer de próstata. Depois de uma fase de aprendizagem e treinamento que durou 24 meses, a habilidade do cachorro em discriminar câncer de próstata foi testada num procedimento duplo-cego. O cachorro designou corretamente as amostras que continham câncer em 30 de 33 casos. Sobre os três casos classificados erroneamente como câncer, um paciente foi reexaminado e descobriu-se que ele havia desenvolvido a doença.
Poderia ser pior
Algumas pessoas sofrem de uma uma doença chamada trimethylaminuria, que faz com que o odor de seus corpos seja como peixe podre. Quem tem esse transtorno não é capaz de metabolizar a trimetilamina, substância encontrada em ovos, fígado, legumes e alguns grãos. Normalmente ela é quebrada pelas bactérias e depois passa pelo fígado, quando é transformada em um composto que não tem cheiro. O composto não quebrado tem cheiro de peixe porque geralmente é encontrado nesses animais. Acredita-se que ele aumenta a concentração osmótica e diminui o ponto de congelamento dos fluidos corporais.
O suor, a urina e a respiração de pessoas que sofrem de trimethylaminuria exalam um cheiro terrível, o que faz com que elas sofram de isolamento social. Mas trata-se de uma doença hereditária muito rara que ocorre em pessoas que herdaram duas cópias do gene defeituoso, uma da mãe e outra do pai. É estimado que 1 pessoa em cada 10.000 tenha essa síndrome.
[Imagem de destaque via]
Por que nossas axilas cheiram mal?
Por que as nossas axilas cheiram mal? Bom, basicamente porque milhões de bactérias vivem por lá.
Suor e odor
Existem dois tipos universalmente aceitos de glândulas sudoríparas.
Glândulas écrinas
As glândulas sudoríparas écrinas são encontradas na maior parte do corpo humano e secretam o suor, que é “uma solução eletrolítica diluída estéril que contém principalmente cloreto de sódio (NaCl), potássio e bicarbonato”.
A maior parte das pessoas sabe por que as glândulas écrinas produzem suor: “A secreção contínua fornece um mecanismo que auxilia na termorregulação via perda de calor por evaporação e na manutenção do balanço eletrolítico.”
Glândulas apócrinas
Esse tipo de glândula fica nos lugares do corpo que têm pelos, como as axilas e a região genital. Perto da superfície da pele, dentro do folículo capilar, as glândulas apócrinas secretam “um líquido leitoso, que costuma aparecer quando você está sob estresse emocional. Esse líquido é inodoro.”
Apesar da sua falta de cheiro, “o suor advindo das glândulas apócrinas é rico em precursores de substâncias odoríferas (colesterol, triglicérides, ácidos graxos, esqualeno). Esse suor também contém andrógenos, carboidratos, amônia e compostos férricos.
Além disso, essas glândulas produzem feromônios, os “sinais químicos que instigam respostas comportamentais como a atração sexual”.
O que acontece nas suas axilas
Neste exato momento há cerca de 100.000.000.000.000 (cem trilhões) de bactérias vivendo no seu corpo. E algumas delas eventualmente decidirão fazer um passeio pelo banquete que é a sua axila, onde moram um milhão de bactérias em cada centímetro quadrado.
Junto com tudo aquilo que já mencionamos, os mais notáveis fedorentos que moram nas axilas são a Corynebacterium, a Staphylococcus, a Micrococcus e a Propionibacterium. Dependendo do composto químico que elas comem, vários odores ofensivos podem ser produzidos: “As moléculas que contêm enxofre são as piores, e dão às axilas seu característico e nauseante cheiro de cebola. Enquanto isso, outras bactérias produzem um cheiro que se assemelha ao do cominho. Dois feromônios, o androstenol, com odor almiscarado, e a androstenona também podem contribuir. Por fim, o ácido isolavérico envia aquele cheirinho de queijo, ajudado pelo ácido propriônico.
Cada ser humano tem seu próprio cheiro
Pesquisadores determinaram que alguns mamíferos têm cheiros individuais: “o tipo de odor de um indivíduo é determinado em parte pelos genes do complexo de histocompatibilidade (MHC), que tem um papel importante no sistema imunológico”.
Atuando como um “crachá olfativo”, a fragrância única de um indivíduo ajuda a identificá-lo e, aparentemente, ela não pode ser mudada, não importa quanto alho a pessoa coma. “Em testes comportamentais, ratos “sensores” foram treinados para usar seu olfato e escolher entre pares de ratos que tinham genes do MHC diferentes ou uma dieta diferenciada. Os resultados indicam que os tipos de odor geneticamente determinados persistiram independentemente daquilo que os ratos comeram, embora as mudanças na dieta influenciem fortemente o perfil de odor de cada camundongo. Tanto os ratos que sentiam o cheiro quanto a análise química ainda podiam detectar os odores genéticos subjacentes mesmo quando as mudanças de cheiro por conta de alimentação eram grandes. O autor do estudo conclui que: “Se isso puder ser demonstrado no caso dos humanos, poderão ser desenvolvidos equipamentos que detectem as marcas individuais de odor de cada ser humano”.
Pesquisas posteriores exploraram até que ponto as doenças deixam cheiros nos corpos das pessoas, aproveitando o virtuosismo olfativo dos nossos amigos caninos: “Um pastor belga foi treinado para cheirar e reconhecer a urina de pessoas que tinham câncer de próstata. Depois de uma fase de aprendizagem e treinamento que durou 24 meses, a habilidade do cachorro em discriminar câncer de próstata foi testada num procedimento duplo-cego. O cachorro designou corretamente as amostras que continham câncer em 30 de 33 casos. Sobre os três casos classificados erroneamente como câncer, um paciente foi reexaminado e descobriu-se que ele havia desenvolvido a doença.
Poderia ser pior
Algumas pessoas sofrem de uma uma doença chamada trimethylaminuria, que faz com que o odor de seus corpos seja como peixe podre. Quem tem esse transtorno não é capaz de metabolizar a trimetilamina, substância encontrada em ovos, fígado, legumes e alguns grãos. Normalmente ela é quebrada pelas bactérias e depois passa pelo fígado, quando é transformada em um composto que não tem cheiro. O composto não quebrado tem cheiro de peixe porque geralmente é encontrado nesses animais. Acredita-se que ele aumenta a concentração osmótica e diminui o ponto de congelamento dos fluidos corporais.
O suor, a urina e a respiração de pessoas que sofrem de trimethylaminuria exalam um cheiro terrível, o que faz com que elas sofram de isolamento social. Mas trata-se de uma doença hereditária muito rara que ocorre em pessoas que herdaram duas cópias do gene defeituoso, uma da mãe e outra do pai. É estimado que 1 pessoa em cada 10.000 tenha essa síndrome.
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