Semana passada, Portugal conseguiu algo impressionante. Por 107 horas, cerca de 4 dias, o país conseguiu manter-se apenas por energias renováveis: éolica, solar e hidrelétrica.
>>> Dinamarca estabelece recorde por ter quase metade de energia elétrica gerada pelo vento
>>> Alemanha gerou tanta energia limpa que pagou para que a usassem
Fazer com que um país com cerca de 10 milhões de pessoas funcione sem nenhum tipo de combustível fóssil é uma marca interessante. Porém, é necessário salientar que o tempo ajudou: dias de sol e com bastante vento facilitaram o processo, além disso, temperaturas amenas ajudaram a não sobrecarregar a rede com necessidade de refrigeração ou aquecimento em excesso.
Mais inspirador que o feito em si, talvez seja notar o quanto Portugal tem diversificado suas matrizes energéticas nos últimos anos. Segundo o The Guardian, o país tem investido bastante:
Ainda em 2013, Portugal gerava metade de sua capacidade elétrica com combustíveis fósseis, com 27% vindo de usinas nucleares, 13% hidroelétrica, 7,5% eólica e 3% solar, segundo dados do Eurostat.
No último ano, os números mudaram. A energia eólica representa 22% da geração e todos as matrizes renováveis juntas já somam 48% da energia elétrica, segundo a Associação de Energias Renováveis.
Outros países europeus estão estabelecendo objetivos semelhantes. A Alemanha chegou próxima a ficar sem emissão de energia gerada por combustível fóssil, e o Reino Unido recentemente comemorou a semana “sem carvão” como parte de um compromisso em não usar mais energia suja até 2025. A Dinamarca — considerada um modelo de cuidado com o meio ambiente — está constantemente gerando mais energia eólica do que precisa.
O governo brasileiro fechou 2015 com pouco mais de 80% de energia gerada por fontes renováveis — é importante notar que mais da metade da energia gerada no país é hidrelétrica, e apenas 16% da capacidade é produzida por outros meios, como sol e vento. Esse último meio, inclusive, é visto com grande potencial a ser explorado, sobretudo no Nordeste.
Foto do topo: Armando França/AP