Postura do Twitter na apologia a ataques em escolas cria crise com governo

Ministério da Justiça subiu o tom após crescimento de posts com apologia a ataques em escolas e falta de ação por parte da rede social
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Nas últimas semanas, dois casos de ataques a instituições de ensino, incluindo uma creche, chocaram o Brasil. E também acenderam o alerta para grupos extremistas que se organizam através de redes sociais — plataformas onde enaltecem autores e incentivam novas ações.

Anteriormente, esses grupos se articulavam sobretudo na deep web, camadas mais profundas da internet que não podem ser acessada por navegadores tradicionais — e, por esse motivo, eram mais difíceis de serem rastreados pelas autoridades. No entanto, muitos desses grupos hoje se conectam através das redes sociais na superfície, e podem ser acessadas facilmente por usuários comuns.

Muitos perfis que fazem apologia e cultuam criminosos autores de ataques do tipo estão atuando e fazendo postagens com conteúdo de ódio e apologia a crimes livremente em vários platafomas, incluindo o Twitter.

Isso é atribuído por especialistas às dificuldades na remoção de conteúdo que viola as diretrizes da rede social após equipes de moderação de conteúdo serem praticamente encerradas após as demissões em massa ocorridas no final do ano passado.

Além disso, a postura da rede social irritou o Ministério da Justiça do Brasil em uma reunião com representantes de redes sociais sobre medidas para coibir a atividade de grupos extremistas na internet.

De acordo com o blog da jornalista Julia Duailibi no G1, uma advogada do microblog a afirmou que perfis com foto de autores dos ataques não violam os termos de uso do Twitter.

O texto ainda revela que o ministro Flávio Dino e Estela Aranha, assessora que cuida do assunto no Ministério da Justiça, subiram o tom para rebater a afirmação que foi recebida com consternação, não só pela pasta, mas também por representantes de outras redes sociais.

Recentemente, a BBC Brasil procurou a plataforma para ter esclarecimentos sobre o mesmo assunto e recebeu um emoji de fezes como resposta. A resposta tem sido enviada automaticamente para jornalistas que buscam contato com a assessoria de imprensa da rede social.

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Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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