A Barnes & Noble chega com certo atraso no mercado de e-books. Mas o novo gadget da empresa – visto pela primeira vez aqui – procura resolver as fraquezas de todos os outros leitores, com telas que evocam um Kindle e um iPhone. É o que revela uma fonte interna.
O projeto de e-reader da Barnes & Noble, que deve ser revelado na semana que vem, está em desenvolvimento há anos, com vários dispositivos que variam em tamanho e capacidade. Os primeiros rumores disseram que ele teria tela de e-ink colorida. Outras pessoas disseram que não teria. Ninguém estava completamente errado. O layout contará com uma tela de e-ink preto e branco, como a do Kindle – e um display com multitoque, como a do iPhone!
A primeira tela tem tecnologia e-ink e resolução de 800 x 600, com taxa de atualização e contraste similares às da usada na segunda geração do Kindle. A segunda tela tem a mesma largura da de e-ink, mas é um display de LCD com multitoque que serve como interface para navegar entre capas de livros coloridos (como o Cover Flow, da Apple, mas com livros em vez de álbuns) e fazer compras – evitando “forçar o e-ink a fazer coisas para as quais ele não foi feito”.
A escolha por duas telas e tecnologias diferentes em um dispositivo busca compensar tanto as limitações do e-ink, que carece de cores e interatividade, quanto as do LCD, que cansa os olhos e gasta mais bateria. (O display de LCD ficará inativo enquanto livros são lidos.) Compare isso com o Kindle, que usa uma tela de e-ink para exibir um lento sistema de menu e requer um teclado físico para fazer buscas. Os leitores de e-ink da Sony com camadas de touchscreen, por sua vez, têm visibilidade reduzida. O leitor da B&N teoricamente não tem nenhum desses problemas.
A interface tem alguns botões. De acordo coma s fotos abaixo, há dois conjuntos de botões de página seguinte/anterior, como o Kindle. Mas também há botões para busca, home, “BN” (que deve servir para acessar a loja) e voltar. Há também um ícone de uma pessoa com um ponto, que é para o perfil do usuário, importante para as funções de rede social do dispositivo. Espera-se que o leitor tenha recursos de empréstimo de livros entre amigos e publicação de excertos no Facebook e no Twitter, mas talvez isso seja retirado antes do lançamento.
A operadora nos EUA pode ser a Verizon ou a Sprint, mas a Barnes & Noble, ciente dos planos internacionais da Amazon antes de a notícia vir a público (espionagem corporativa!), pode ter escolhido uma operadora mais capaz de distribuir seus livros para o resto do mundo – o que naturalmente significaria uma operadora GSM. Mas não tenho certeza.
O preço ainda é desconhecido, mas o plano é que seja menor do que o do Kindle, com a maior parte das receitas formada por meio de vendas de livros.
A B&N venderá os livros que ela publica com um grande desconto em relação ao preço das versões impressas. E o dispositivo terá um tipo de acesso a livros escaneados pelo projeto Google Books – provavelmente livros fora de catálogo.
O nome do gadget, que eu não posso revelar e pode ser mudado de qualquer maneira, é horrível. Espero que eles mudem antes do lançamento. Ah, e ele roda Android.