Probiótico pode ajudar a eliminar mercúrio prejudicial do organismo

Descoberta da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, apresentou potencial para impedir a absorção de metais prejudiciais ao organismo
Probióticos na mão de uma pessoa
Imagem: Ksenia Yakovleva/ Unsplash/ Reprodução

Uma boa notícia para aquelas regiões do planeta onde as águas possuem níveis de metais acima da tolerância humana. Um probiótico recém desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, apresentou potencial para impedir a absorção de metais prejudiciais, como o mercúrio, pelo organismo.

Testado em camundongos e humanos, o produto se mostrou capaz de capturar e eliminar o metilmercúrio nocivo do intestino. A pesquisa foi divulgada no encontro anual da Sociedade Americana de Microbiologia, o ASM Microbe 2023.

O estudo utilizou técnicas de sequenciamento metagenômico em comunidades microbianas que residem no intestino humano. A ideia é analisar a maneira como elas reagem quando expostas ao mercúrio.

Diferente de outras pesquisas na área, os pesquisadores focaram especificamente nos genes que permitem que as bactérias convertam formas perigosas do metal em variantes menos tóxicas.

Com base nessas descobertas, eles introduziram genes provenientes da bactéria Bacillus megaterium. Ela é conhecida por sua resistência ao metilmercúrio, em cepas de Lacticaseibacillus, um grupo de bactérias do ácido lático. Assim, criaram uma formulação probiótica com objetivo de neutralizar o metal no organismo.

Por que é importante eliminar o mercúrio do organismo?

Os resultados são importantes porque o mercúrio é uma substância neurotóxica, ou seja, que prejudica o desenvolvimento neurológico – o que é uma ameaça especialmente para mulheres grávidas e crianças.

A ingestão do metal costuma acontecer em comunidades que vivem em regiões onde a água está contaminada e que dependem de uma alimentação à base de peixes, já que o mercúrio tende a se acumular em organismos vivos, como plantas e animais.

Por fim, depois da descoberta, os pesquisadores pretendem ampliar os estudos, investigando a relação entre microbiota intestinal e outros metais.

A ideia é desenvolver maneiras de reduzir os níveis de metais perigosos dentro do organismo. E, ao mesmo, tempo em que aumentam a absorção de metais essenciais, como o ferro, que são cruciais para a saúde humana.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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