_Ciência

Nova prótese que se conecta ao osso devolve sensação de “tato” a pessoas amputadas

A Itap insere um implante de metal diretamente no osso, na extremidade do membro residual. Ele então atravessa a pele e se encaixa na prótese de perna.

Apesar dos muitos avanços nas próteses, a maioria das pessoas sem uma perna anda por aí usando basicamente uma perna de pau – um objeto anexado ao membro residual. Mas há uma nova maneira de fazer isso, mais próxima a um ciborgue: pesquisadores de Londres criaram uma prótese de perna que se prende diretamente ao osso.

A Itap (prótese intraóssea transcutânea para amputados, em inglês) usa um implante de metal encaixado no osso, na extremidade do membro residual. O implante então se prende à prótese, criando uma conexão direta entre o seu corpo e a perna sintética.

Isso significa que a pessoa com membro amputado pode sentir o que a perna está fazendo, porque a Itap fornece um feedback tátil muito melhor que próteses comuns. Só que você não pode tirar o implante de metal (apenas a perna).

“Minha capacidade de saber onde está meu pé melhorou dramaticamente, porque dá para sentir isso através do osso”, diz ao Guardian Mark O’Leary, um dos 20 pacientes que está participando de um teste clínico da nova tecnologia. Ele acrescentou: “Um cruzamento de estrada texturizado, eu posso sentir. Eu basicamente não tinha sensação com a prótese comum, e com a Itap eu posso sentir tudo. É como se tivessem dado a minha perna de volta.”

Como aponta a Popular Science, um dos aspectos mais legais da tecnologia é como ela foi inspirada por chifres de cervos. Para evitar que o corpo rejeite o implante metálico, os cientistas o projetaram para ser poroso, assim como os chifres do cervo no local onde se conectam ao crânio. Estes poros permitem que o tecido mole se misture com o material mais duro de uma forma natural.

No entanto, ainda é preciso realizar mais pesquisas para testar o Itap, e pode haver alguns obstáculos regulatórios para implementá-lo. Por enquanto, andar ficou muito mais fácil para alguns sortudos. [The Guardian via PopSci]

Fotopor Agung Parameswara/Getty Images

Sair da versão mobile