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O Quênia está incendiando 5% do estoque mundial de marfim

No sábado (31), o Quênia ateou fogo a 105 toneladas de marfim e chifres para desencorajar a caça ilegal de elefantes e rinocerontes.

O Quênia queimou 105 toneladas de marfim, o que equivale a 5% do estoque mundial, em uma medida para tentar desencorajar a caça ilegal de elefantes e rinocerontes no país. A queimada, realizada neste sábado (31), é a maior já registrada na história.

Acredita-se que os marfins e os chifres desta grande queimada vieram de 6.500 elefantes e 450 rinocerontes. A demanda por marfim e chifre vem principalmente da China e do Vietnã, que já dizimou rebanhos destes animais.

O custo estimado da queimada é de algo na casa dos US$ 100 milhões, levantando questões para alguns conservacionistas se esta ação ajudará a impedir a caça ilegal, ou se vai apenas aumentar a demanda por presas de elefantes e chifres de rinocerontes.

O Quênia e outros países do centro da África têm tido dificuldades com a demanda de marfim pelo mundo. Com o aumento de preços, alguns países têm mantido estoques confiscados desses materiais para vender — essa é a tática criticada pelos conservacionistas.

Neste sábado (31), o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, pôs fogo na primeira pilha de marfim, observando que seu país não faria parte de tal especulação financeira, e que ele estava enviando uma mensagem clara de que a caça ilegal não será tolerada.

Enquanto as queimadas são um recorde, grupos conservacionistas notaram que há ainda muito mais trabalho a ser feito para preservar a população de elefantes e rinocerontes selvagens.

Guarda protege queimada de marfim e chifres de rinoceronte no Queênia. Crédito: AP

Segundo Cristián Samper, presidente e CEO da Wildlife Conservation Society, esta é uma demonstração firme do país no compromisso de acabar com o mercado negro de marfim:

Esta destruição de 100 toneladas de marfim mostra o compromisso do Quênia com a iniciativa EPI (Elephant Protection Initiative), cujo objetivo é acabar com o mercado doméstico de marfim, concordando em tirar do mercado os estoques de marfim e abordando a crise envolvendo elefantes em uma implementação completa e oportuna do AEAP (African Elephant Action Plant) que foi acordado por todos os estados em 2010.

Grupos conservacionistas acreditam que a população de elefantes e rinocerontes selvagens vão continuar a diminuir na próxima década, se nada for feito.

[National Geographic]

Fotos por AP

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